Davidson Nunes/JC Imagem O governador Eduardo Campos deixou mais claro do que nunca a disposição de ir para o enfrentamento com o PT no Recife, nestas eleições, ao falar sobre a sucessão municipal, ao chegar no Engenho Macambira, em Caruaru, na festa de São João do vice-governador João Lyra Neto. “Não foi o PSB que estressou essa relação.
Da mesma forma que é legítimo colocar o PT na cabeça de chapa, é legítimo que o PSB coloque a cabeça de chapa.
Porque não os nossos quatro nomes?
Temos uma história de convergência e poderemos até o dia 30 buscar a unidade, tendo como norte o interesse do povo do Recife” Frisando sempre que há, no plano nacional, uma aliança entre os dois partidos, o governador Eduardo Campos comentou que há várias formas de se escalar um time, numa alusão ao lançamento de mais de uma chapa da Frente Popular.
Depois de sua chegada, o senador Humberto Costa falou que o PT iria para a disputa nem que fosse só. “Eu sei como escalar os times e há várias formas”, ensinou. “Pode ser como em 2006, pode ser como em 2010”, enumerou.
Em 2006, na disputa pelo governo do Estado, ele e Humberto foram candidatos.
Abatidos pelo escândalo dos vampiros, do qual depois foi inocentado, Humberto Costa caiu e apoiou Eduardo Campos, que acabou se elegendo.
Em 2010, os dois partidos disputaram a eleição na mesma chapa. “O debate que o PSB defenderá, de forma fraterna, com o PT, não é eleitoral, é político, dentro de outras perspectivas (não personalistas).
Queremos o debate do Recife do futuro, não pela ótica dos partidos (busca de poder a todo custo), mas do ponto de vista do cidadão”, declarou. “O sonho da sociedade do Recife hoje é transformação, quer avançar”, acredita Eduardo.
O governador repetiu, por mais de uma vez, que terá muita paciência, até o último dia, para encontrar a melhor solução, mas que ele não toma uma posição política sozinho, uma vez que tem que ouvir todos os partidos da frente.
Na saída do encontro junino-político, o presidente do PR, Inocêncio Oliveira, por exemplo, afirmou que os 17 partidos não fecham com o PT e sim com o PSB de Eduardo.
Segundo o governador, a definição pode vir já nesta semana, antes do São João, como pode vir depois de sua viagem a ONU, na última semana do mês.
Na verdade, a demora ocorre diante da necessidade de arrumar saídas políticas para todos os envolvidos.
Como não se faz política sem vítimas, é preciso abrir oportunidades para que os vencidos não fiquem tão mal na fita. “Lula não cobra nada disto a Eduardo. É a petezada que faz isto”, observa um aliado mais atrevido do governador, durante a festa.