Após ter sido destituído pela direção nacional do PT da condição de candidato à reeleição, o prefeito do Recife, João da Costa passou a ser visto com mais parcimônia pelo eleitor recifense.

Mas a condição de “vítima das circunstâncias” que lhe foi outorgada por aliados, se por um lado gerou um pouco de simpatia pela figura do prefeito, por outro não se traduziu em aumento de popularidade. É o que revela a nova rodada da pesquisa JC/IPMN.

Os índices de avaliação da gestão petista colhidos junto ao eleitorado da capital nos dias 11 e 12 deste mês – após a revogação da candidatura do prefeito – mostram uma queda em relação à amostragem realizada em março passado.

Segundo a pesquisa atual, 17% dos recifenses consideram positiva a administração de João da Costa, sendo que, destes, 3% a avaliam como “ótima” e 14% como “boa”.

No entanto, 46% dos entrevistados afirmaram que a gestão do petista é negativa, divididos entre 20% que a classificam como “ruim” e 26%, péssima.

Outros 36% disseram que o desempenho de Costa na PCR é apenas “regular”.

Em março, o prefeito dispunha de 25% de aprovação à gestão (7% “ótima” e 18% “boa”), contra 45% negativos (21% “ruim” e 24% “péssimo”).

De acordo com o consultor Maurício Romão – um dos coordenadores da pesquisa – os números registrados rechaçam a imagem de “vítima” da disputa interna no PT que o prefeito teria tentado transmitir ao final da queda de braço no partido. “A estratégia não surtiu efeito.

O recifense pode não concordar com o modo pelo qual o prefeito foi tratado pelo PT, mas não aprecia sua figura enquanto gestor e político”, afirma Romão. “O munícipe é solidário, mas não ao ponto de transformar esse sentimento em manifestação concreta de intenção de voto”, acrescenta.

Ainda de acordo com Maurício Romão, o substituto do prefeito na disputa eleitoral, Humberto Costa, aparece bem perante o recifense graças aos seus méritos pessoais, à força eleitoral do próprio PT e, também, beneficiado pelo desgaste da gestão de João da Costa.

Mas o estudioso adverte ser preciso aguardar futuros levantamentos, realizados após o início da campanha, para avaliar se os números se manterão favoráveis ao senador, sobretudo se ele vier a defender a administração do atual prefeito.

O eventual lançamento de um candidato do PSB na disputa conforme tem sido especulado – fato que dividiria a Frente Popular – também pode alterar os índices favoráveis a Humberto.

O grau de admiração do eleitor em relação a João da Costa também foi aferido pelo levantamento realizado este mês, e o resultado foi bastante negativo para o petista.

Pelo menos 84% dos entrevistados admitiu não nutrir simpatia por João da Costa, enquanto 14% se declararam simpáticos ao governante e 3% não responderam à pergunta.

MELHORIAS Embora a maioria do eleitorado não aprove a gestão de João da Costa, 31% dos entrevistados afirmaram que a vida no Recife melhorou um pouco nos últimos anos, e 17% disseram que melhorou muito.

Para 40%, tudo continua do mesmo jeito, enquanto 11% opinaram que a vida piorou nos últimos anos.

A segurança pública é, para 28,4% dos entrevistados, o principal problema que aflige o Recife atualmente.

As dificuldades na área de saúde vem em seguindo lugar, com 18,5% das citações, seguidos por problemas de saneamento básico (12,9%) e Trânsito (11,8%), entre outros menos mencionados.