O prefeito João da Costa, do PT, manteve na manhã deste sábado uma reunião com um grupo de apoiadores a sua candidatura à reeleição em uma plenária realizada no Centro Social Nossa Senhora da Soledade, no Centro do Recife.

Não apenas fez críticas a direção nacional do partido como reafirmou que se manterá na disputa pelo direito de representar o partido, mesmo tendo sido preterido, no mês passado, pela Executiva Nacional.

Costa aguarda o recurso apresentado junto ao diretório nacional do partido e já prometeu ir até a Justoça Comum, caso não seja ouvido.Antes, já havia dito e repetido que não se submeterá “a um ato de força” da Executiva Nacional do PT.

Nesta semana que passou, ficou mais claro do que nunca que a crise interna que coloca em risco a hegemonia de 12 anos do PT na Prefeitura de Recife poderá levar seu principal aliado, o PSB, a lançar candidato próprio a prefeito na capital pernambucana.

Na semana passada, por determinação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, quatro secretários de Estado foram exonerados ontem de seus cargos e nomeados pré-candidatos do partido em Recife.

Sileno Guedes, Danilo Cabral, Geraldo Julio e Tadeu Alencar acompanharão as articulações internas do PT, mas também se movimentarão de forma independente.

Os socialistas, que ocupam a vice-prefeitura da capital, querem estar preparados para a possibilidade de o candidato imposto pelo PT, o senador Humberto Costa, não conseguir unir a base aliada, formada por 15 partidos.

Eduardo Campos já avisou o ex-presidente Lula da possibilidade de romper a aliança em Recife.

O governador disse que aguardaria as tentativas de pacificação no PT, mas que seu limite seria o risco de uma derrota eleitoral -possibilidade que passou a enxergar com a resistência do prefeito João da Costa (PT) em aceitar a candidatura do senador.

João da Costa venceu a prévia contra o deputado Maurício Rands, mas o PT anulou o resultado e marcou outra consulta.

Antes da votação, o PT pediu que os dois retirassem suas pré-candidaturas em favor do senador.

Rands aceitou; o prefeito, não.

Humberto Costa evita falar da polêmica e adota um tom conciliador em seus discursos.

Ele tem dito que vai procurar o prefeito quando a poeira baixar e que pretende conversar com Campos sobre a manutenção da aliança.

O problema é que a poeira não baixa.

PT se arrisca a perder a eleição no Recife, por Ricardo Noblat