Por Otávio Luiz Machado, especial para o Blog de Jamildo A viabilização do nome de Humberto Costa com o amplo apoio da frente popular ainda patina muito e o cenário ainda é marcado pela indefinição de quantas candidaturas podem ainda se apresentar por essa ampla frente de partidos, considerando que é quase certo o lançamento de algum nome pelo PSB nos próximos dias.

A candidatura de Humberto Costa foi posta à prova com a insistência do Prefeito João da Costa em continuar pleiteando algo que já foi perdido e do exercício do Governador Eduardo Campos com vários tubos de ensaio buscando a fórmula de uma candidatura perfeita para aquilo que considera mais adequado ao seu projeto político.

Mas a candidatura de Humberto também teve ganhos nessa semana com o apoio direto do ex-presidente Lula e da chancela da executiva municipal para a homologação do seu nome, sem contar que seu nome está em alta na nacional do partido por aceitar uma tarefa em condições tão difíceis.

Na hipótese do PT caminhar sem o apoio dos demais partidos da frente popular caberia a indicação do nome de João Paulo para pelo menos a vaga de vice-prefeito, o que desbancaria as reais chances de outros partidos de consolidar uma boa vantagem com as alianças entre si, dando a Humberto Costa a segurança da manutenção de pelo menos 50% dos militantes filiados do seu partido, a ampliação do número de militantes do PT que não são necessariamente filiados mas que fazem a diferença nas eleições apoiando o PT, do apoio condicional do ex-presidente Lula e da Presidenta Dilma, de praticamente mais de 90% da bancada legislativa do partido (nos nível, municipal e estadual) e do imenso apoio da população da cidade que encontram-se inseridas nos meios populares e nas camadas médias baixas, que apostam no projeto político do PT que foi testado e aprovado amplamente nas duas gestões de João Paulo e de Lula e continua apostando alto na própria Presidenta Dilma.

A população entenderia completamente os papéis que Humberto e João Paulo desempenhariam na Prefeitura, sendo o primeiro mais em Brasília junto à Presidenta e todo o corpo executivo captando mais recursos para a cidade, enquanto o segundo estaria mais próximo no meio local cuidando da cidade e das pessoas, pois estamos nos referindo as duas maiores lideranças do PT no Estado de Pernambuco.

Também a população entenderia que ambos estariam resgatando a velha concepção de prefeito e vice atuando diretamente numa parceria de trabalho afinada em prol da população como foi observado nos oito anos da gestão João Paulo-Luciano Siqueira, o que foi perdida na atual gestão a ponto de poucos recifenses saberem o nome do vice-prefeito.

Além de ter um nome de referência como vice-prefeito da cidade que é uma grande liderança popular e foi um excelente prefeito por oito anos, também teria o nome de alguém que criou programas que hoje fazem parte da vida de todos os recifenses, como o Samu, a Academia das Cidades, o Brasil Sorridente, o CNH popular, dentre outras, que deixou a vaga de senador da República para servir única e exclusivamente à cidade.

A vantagem dessa candidatura Humberto-João Paulo indica a possibilidade de cacifar Humberto para o Governo de Pernambuco em 2014, satisfazendo o desejo popular de tornar João Paulo novamente prefeito e com a chance espetacular para Maurício Rands disputar o senado no próximo pleito, caso o próprio Presidente Lula não a dispute num possível cenário que pode ser criado a partir desse ano migrando a liderança maior do PT para o seu estado natal.

Ao partir para a disputa numa chapa puro-sangue em Recife o PT se livraria da desconfortável retirada de candidaturas competitivas de outras cidades para ceder aos caprichos de algumas lideranças que querem construir candidatos da noite para o dia sem que os mesmos tenham alguma afinidade política e administrativa com as cidades que pretendem governar.

O que daria respaldo político para as candidaturas da região metropolitana que o PT pretende viabilizar, pois o discurso do equilíbrio do desenvolvimento econômico e da qualidade de vida entre as cidades só vai ser possível de ser concretizado por meio de políticas integradoras entre elas nas mais diversas áreas, como transporte público, mobilidade urbana, meio ambiente, atendimento médico-hospitalar, segurança pública, tratamento de resíduos, industrialização, habitação, etc, cujas linhas de financiamento dependem muito mais do governo federal por se tratar de investimentos pesados, bem como das parcerias que geram as relações de consórcios entre as cidades tornando-se mais uma relação entre as municipalidades entre si sem a interferência alguma dos outros entes.

Ou o PT apresenta de imediato as suas potencialidades políticas e eleitorais para os seus possíveis aliados, ou vai ficar deitado em berço explêndido deixando a história arrastá-lo para uma posição subalterna nas próximas eleições. É educador, pesquisador, escritor e documentarista.