O Índice de Confiança do Consumidor Recifense (ICC), medido pelo Instituto de Pesquisa UNINASSAU, referente ao mês de junho, apresentou uma forte retração, 5,2 pontos, em relação ao mês anterior, ficando com 89,6 pontos na tabela.
O resultado é o mais baixo dos últimos nove meses e aponta para uma reversão do ciclo de expansão da confiança do consumidor que durava desde meados 2011.
Em maio, o índice atingiu a marca de 97,9 pontos, atingindo o nível mais elevado da tabela.
O maior responsável pela queda do ICC foi a redução da percepção positiva sobre a economia brasileira, queda de 9% em relação ao mês anterior.
A percepção sobre o futuro, ou seja, os próximos seis meses de finanças pessoais e da economia (Índice de Expectativa do Consumidor-IEC), caiu 6 pontos em relação ao mês anterior.
A percepção sobre as condições atuais da economia caiu 4,4 pontos no mesmo período (Índice de Condições Econômicas Atuais – ICEA).
Apesar da queda na confiança das categorias estudadas, a maioria dos consumidores está otimista, 63% dos entrevistados acreditam em dias melhores para suas finanças, 56% acreditam em dias melhores para a economia pernambucana e 57% para a economia brasileira para os próximos 6 meses. “Existe uma contradição interessante na pesquisa.
O consumidor recifense está menos confiante, mas a intenção de compras dispara.
A tendência de consumo de duráveis desse mês deve crescer 7,54% em junho e atingir o maior patamar dos últimos 8 meses analisados,” revela o coordenador da pesquisa e economista do Instituto de Pesquisa UNINASSAU, Djalma Guimarães.
De acordo com o economista a elevação pode estar associada às medidas de política monetária tomadas pelo governo, no sentido de reduzir as taxas de juros. “Os bancos públicos iniciaram um movimento de redução nas taxas juros para o crédito ao consumidor, seguido pelas instituições privadas, o que tem reduzido as taxas de juros em todo o sistema financeiro.
Outra ação do governo tem ocorrido no âmbito das políticas fiscais, a desoneração fiscal e até a isenção de impostos de alguns bens de consumo duráveis.
Somam-se a tais medidas o “Dia dos namorados” e os festejos juninos, que sazonalmente aquecem as vendas no comércio”, justifica.
DEMANDA – Vinte e três por cento dos entrevistados afirmaram ter intenção de comprar bens duráveis no mês de junho.
No entanto, o ICC em queda aponta para uma desaceleração em alguns meses do nível de consumo.
Assim, o governo precisará reforçar o seu arsenal de estímulos ao consumo/ demanda de forma a induzir o consumidor recifense e brasileiro a ir às compras nos próximos meses.
Os segmentos estudados que apresentaram maior intenção de compra foram: eletrônicos (26%), eletrodomésticos (31%), móveis (22%), informática (21%) e veículos (16%).
No mês de maio, veículos (91%), Informática (56%), móveis (55%), eletrônicos (19%) e eletrodomésticos (21%) apresentaram a maior variação positiva.
No que concerne a demanda de alguns bens de consumo não duráveis (roupas e calçados), o Índice de Confiança do Consumidor, apontou expressiva elevação em junho. “Existe uma forte associação da demanda dos setores de roupas e calçados às épocas do ano e festividades, como o Dia dos Namorados e as festas juninas, neste período”, explica Djalma Guimarães.
A forma de pagamento preferida pelos recifenses na compra de bens duráveis ainda é a compra a prazo no cartão de crédito, parcelado em seis vezes.
PESQUISA – A pesquisa foi realizada no dia 6 de junho, num universo de 624 moradores do Recife.
O número de entrevistas foi estabelecido com base em uma amostragem aleatória simples com um nível estimado de 95% de confiança e uma margem de erro estimada de 4,0 pontos percentuais.
A amostra foi selecionada a partir de um plano de amostragem estratificada de conglomerados em dois estágios.
No primeiro estágio foram sorteados os setores censitários e em seguida é selecionado um número fixo de pessoas segundo cotas amostrais das variáveis sexo e faixa etária.
A amostra foi definida com base nas fontes oficiais de dados: Censo IBGE e TRE.