Da Agência Estado Dias após o ex-ministro José Dirceu ter convocado líderes estudantis a irem às ruas em defesa dos réus do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou que a Corte marcou o julgamento para agosto porque precisa julgar o processo, e não por causa da opinião pública. “O STF não marcou a data do mensalão por pressão pública.
O STF não precisa de nenhuma pressão - seja de gabinete ou de rua - para cumprir o dever constitucional de julgar os processos que lhe são entregues.” Segundo Ayres Britto, o julgamento será rigorosamente objetivo, imparcial, sereno e técnico. “A opinião pública não está pautando a predisposição do Supremo de julgar esse caso”, afirmou. “A Constituição exige celeridade.
O Supremo não aceitou a denúncia?
O que cabe ao Supremo agora?
Julgar.” Ele disse que o ideal seria se o tribunal tivesse julgado a ação no primeiro semestre, antes das eleições.
Mas, como não foi possível, defendeu a decisão da Corte, de analisar o processo em agosto.
Na semana passada, Ayres Britto disse que é possível terminar o julgamento até o fim de agosto, se não houver muitos incidentes processuais. “Tenho a impressão de que se as coisas correrem favoravelmente, se não houver demasiados incidentes, dá para terminar em agosto.
Se não der, fazer o quê?
Entra setembro.” O presidente do STF não acredita que os advogados usem chicanas para atrapalhar o julgamento. “Não se pode dizer isso.
Os advogados usarão o que a eles parecer recursos de ampla defesa e contraditório.
Eu vejo essas coisas com naturalidade.
Cada qual faz sua parte.
Eu, como presidente, faço a minha parte.
Sou o condutor das sessões.
Joaquim é o condutor do julgamento.
São duas centralidades.
Todo mundo se somando dá tudo certo.”