Da Agência Estado Para reforçar a defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), no Congresso Nacional dois secretários da administração deixaram suas funções para retomar mandatos de deputado federal.

Os petistas Paulo Tadeu (Governo) e Geraldo Magela (Habitação) foram exonerados e voltaram à Câmara nesta terça, oito dias antes de o governador prestar seu depoimento perante à CPI do Cachoeira.

O objetivo ficou explícito em nota divulgada pelo governo do Distrito Federal. “Paulo Tadeu e Geraldo Magela são parlamentares experientes que vão reforçar a bancada do DF no Congresso Nacional em um momento importante em que será discutida a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e também em que o DF está sob alvo de ataques políticos”.

Apesar de refutar o termo “proteção”, Magela admite preocupação no governo do Distrito Federal com as denúncias contra Agnelo Queiroz.

Ele afirma não haver qualquer comprometimento do governador com o esquema de Carlinhos Cachoeira, mas se diz preocupado com possíveis “versões” que podem sair da investigação. “Não há como não se preocupar, o que queremos é chegar da versão ao fato, não queremos permitir que uma versão distanciada da verdade seja propagada”.

Para Magela, a presença dos dois secretários no dia a dia da Câmara servirá para “tranquilizar” a bancada do PT em relação à inocência do governador.

Ele destaca que nenhum dos dois secretários pretende integrar a CPI neste momento e define a atitude como uma medida preventiva.

Interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal sugerem atuação do grupo de Cachoeira no governo do Distrito Federal.

Em seu relatório, a PF afirma que, para a quadrilha, Agnelo seria o “01 de Brasília” e que sua campanha teria recebido recursos do esquema.

O chefe de gabinete do governador, Cláudio Monteiro, deixou o cargo após o surgimento das denúncias e Agnelo deu declarações contraditórias sobre sua relação com o contraventor.

Primeiro negou qualquer contato.

Depois admitiu ter se reunido com Cachoeira quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Um dos escalados por Agnelo pode mesmo é ter que prestar esclarecimentos na CPI.

A oposição na Câmara preparou um dossiê contra Paulo Tadeu, que é citado em diversas escutas da operação Monte Carlo.

Em um dos áudios, Cláudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, diz para Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, que está com Paulo Tadeu e Rafael Barbosa, secretário de Saúde do DF, em um restaurante e que a conversa entre eles está muito boa.

O engenheiro afirma que os secretários querem inclusive se enturmar com o bicheiro.

Outro diálogo indica que João Monteiro, chefe da Superintendência de Limpeza(SLU), iria levar até Paulo Tadeu uma lista de nomeações de interesse do grupo de Cachoeira.

O deputado nega qualquer envolvimento.