Foto: Agência Brasil Joana Rozowykwiat De São Paulo, especial para o JC A nota emitida pelo grupo petista ligado ao senador Humberto Costa na manhã desta terça-feira (5) irritou o deputado federal e aliado de João da Costa, Fernando Ferro.
Segundo ele, o texto é agressivo, um “ato de desespero” e não sinaliza boa vontade para encontrar uma solução negociada.
Em nota, Rands e João Paulo pedem intervenção e acusam João da Costa de más práticas Na defesa de João da Costa, Jorge Perez chama João Paulo, Rands e mais 85 petistas de oportunistas Fim do imbróglio: PT define nesta terça candidato à Prefeitura do Recife “Há no texto um tom de ameaça, uma linguagem de quem não quer dialogar.
Eles escrevem pedindo a intervenção nacional no PT local, é muito desespero.
Porque eles não propõem que então se faça uma prévia entre João da Costa e Humberto?
Eu lanço esse desafio.
Mas não é isso que eles querem.
Eles querem é dar um golpe da burocracia”, disse, por telefone ao JC.
Ainda na segunda (4), o ex-presidente estadual do partido, Jorge Perez, já tinha defendido a ideia de novas prévias.
Para Ferro, ao insistirem, no texto, que houve fraude na prévia do Recife, os defensores da candidatura de Humberto terminaram por desmoralizar a Executiva Nacional do PT, que descartou a tese de irregularidades na disputa. “É muito estranho, inclusive porque vai contra o Diretório Nacional, que deixou claro que não houve fraude.
Então eles estão desmoralizando o pronunciamento da Nacional”, defendeu.
Ferro repetiu o discurso de outros aliados de João de Costa de que uma eventual escolha pela candidatura Humberto não seria uma alternativa favorável à unidade. “É muito estranho chamarem isso de um nome de unidade.
Humberto Costa é o articulador desse jogo todo.
Ele errou ao indicar Maurício Rands como canddato, porque ele não emplacou, e agora tenta dar esta solução.
Mas ele não é um tercius”, acusou.
De acordo com o deputado, a nota assinada por dezenas de lideranças em apoio ao nome do senador só fortalece a ideia de que João da Costa não pode ceder. “Se eles querem fazer algum acordo daqui para frente, tem que haver um clima.
Mas estão com gosto de sangue na boca.
Isso não contribui. É uma atitude maluca”, opinou.
Ferro informou que teve várias conversas nesta manhã com parlamentares e lideranças do PT.
Para ele, não é possível prever uma saída ao problema. “É uma situação de impasse”, concluiu.
O petista deve chegar na sede do partido pouco antes da reunião que decidirá o imbróglio da candidatura a prefeito do Recife, marcada para as 16h.
Ele acredita que o desfecho do caso deve ser conhecido ainda nesta terça (5).
MAIS REAÇÕES - Na mesma linha de reação, o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto classificou como “horrorosa” e “incoerente” a nota divulgada pelo grupo ligado a Humberto Costa.
De acordo a repórter Fabiana Maranhão, que está em São Paulo para acompanhar a reunião decisiva da Executiva, Barreto disse que pelo clima de acirramento “é como se a prévia não tivesse acabado”.