A situação do Partido dos Trabalhadores no Recife figurou constantemente no noticiário local e nacional.
A luta fraticida entre membros do maior partido da América Latina coloca em xeque a força eleitoral da sigla numa das principais cidades onde o PT está no poder - e há 12 anos.
A disputa pela candidatura à prefeitura da capital pernambucana ultrapassa as barreiras partidárias ameaça a estrutura da Frente Popular, coligação que tornou-se poderosa no Estado, dominando amplamente as câmaras municipais e a Assembleia Legislativa de Pernambuco.
O cientista político Clóvis Miyachi e o economista Maurício Romão, com grande experiência política no Estado, conversaram com o Blog de Jamildo e fizeram suas análises acerca da briga do PT, da situação do partido no cenário local, da figura de João da Costa após o processo, falaram da Frente Popular e também de como a oposição deve se portar diante do momento de fragilidade petista.
Clóvis Miyachi é cientista político.
Miyachi avalia positivamente a gestão de João da Costa, mas que sua imagem pública prejudica a avaliação de sua gestão.
O cientista diz também que Costa tem um “perfil técnico, mas não político” e que por isso não consegue dialogar bem entre lideranças partidárias.
Baseando-se na história recente do PT, Miyachi vê grandes riscos de João da Costa ser expulso do partido.
Já os oposicionistas, segundo ele, estão mostrando falta de articulação, focados em interesses pessoais e aguardando o fim da novela petista.
Leia a entrevista com Clóvis Miyachi.
Maurício Romão é economista com grande histórico de atuação política.
Já o ex-secretário de Administração do governo Jarbas, Maurício Romão, avalia a atual gestão como “medíocre”, e diz que os problemas dela se iniciaram já no ato de indicar João da Costa para o cargo.
O prefeito, segundo o economista, não tem habilidade política, o que seria pré-requisito essencial para um gestor público.
O quadro do Recife, para Romão, coloca em xeque a existência da Frente Popular, além de uma possível desmoralização da Direção Nacional do maior partido da América Latina. “A situação é extremamente incômoda.
Não existe uma boa alternativa”, avalia.
João da Costa, todavia, pode sair fortalecido do processo, “mas isso não tem nada a ver com a qualidade de sua gestão”, ressalva.
A oposição, segundo ele, está cumprindo muito bem seu papel.
Leia a entrevista com Maurício Romão.