Gilvan Oliveira Do Jornal do Commercio João da Costa está mexendo sua posição na disputa interna do partido graças à sua “vitimização”.

De um perfil passivo que sempre teve, ele está passando a uma condição pró-ativa ao ser identificado como vítima do “trator” da cúpula partidária.

E o ônus para Humberto Costa, caso seja escolhido pelo PT, pode ser grande.

A opinião é do cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). “A vitimização é um fator muito forte.

Humberto teria que explicar uma candidatura sua”, afirma.

Para Velho Barreto, a trajetória seguida por João da Costa, de entrar na disputa interna observando as regras do PT e vencendo uma prévia – ainda que contestada – são trunfos a seu favor para se colocar como vítima de “violência”.

E esse discurso está tão contundente que não há mais discussões sobre se a gestão é boa ou ruim, mas se o prefeito deve ou não ser sacado da disputa. “O sentimento generalizado de culpa por uma má gestão agora está sendo dividido com todos”, avalia.

No cenário de o PT nacional escolher Humberto como candidato, traz ao senador as implicações de ter que se explicar ao eleitorado.

Mas também impõe ao prefeito ônus que pode levar sua carreira política à derrocada.

Velho Barreto alerta para o fato de João da Costa, relegado pelo PT, ter o mesmo futuro de outros políticos que tiveram padrinhos fortes e, depois de romperem com seus criadores, entraram no ostracismo.

Citou os casos do ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury, cria de Orestes Quércia; do ex-prefeito da capital paulista, Celso Pitta, lançado por Paulo Maluf; e do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Conde, apadrinhado por César Maia.

Nesse cenário de extremos, o cientista político aponta o PT como o mais prejudicado por toda a disputa.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal do Commercio