Terça-feira (5) será o dia decisivo para o prefeito João da Costa. É quando ocorre a reunião da Executiva Nacional do PT para resolver o impasse no Recife em torno do candidato que disputará a Prefeitura de Recife no pleito de outubro.

O grupo pode homologar a candidatura do prefeito - que venceu uma prévia do deputado federal Maurício Rands por 553 de diferença - ou impor o nome do senador Humberto Costa, hipótese mais cotada nos bastidores.

Questionado sobre os passos que dará até terça (5), Costa disse que vai refletir e se articular com os membros da Executiva, da qual Humberto Costa faz parte, já que é vice-presidente nacional do PT.

Se não for possível unir a frente popular, vamos entender, diz Eduardo Campos “Quem tem o direito sou eu.

Ganhei a prévia.

A última decisão do partido foi a realização da prévia e eu ganhei”, disse.

A primária realizada no dia 20 foi cancelada na semana passada pela Executiva Nacional após Rands e aliados denunciarem “voto pirata”.

A direção nacional cancelou, mas garantiu que não houve irregularidades, apenas falhas na lista de filiados aptos a votar, e marcou uma nova eleição interna que ocorreria neste domingo (3).

Entretanto, Rands desistiu de concorrer em favor do senador Humberto Costa e, agora, o prefeito quer que seu nome seja homologado.

O gestor evitou mais uma vez responder se recorreria ao Judiciário caso a Executiva Nacional e a Direção Nacional - instância superior do partido - decidissem em favor de Humberto Costa. “Não trabalho com esta hipótese”.

FERRO - Ao lado do prefeito durante todo o processo interno, o deputado federal Fernando Ferro também evitou comentar a possibilidade de recorrer à Justiça. “Temos vários instrumentos para recorrer, à Direção Nacional… onde houver Justiça e bom direito, nós vamos”. “E se a Direção Nacional quiser Humberto?”, perguntou um jornalista. “Aí a gente recorre a Deus”.

E cravou: “estamos mais decididos a homologar a candidatura de João da Costa do que os 300 de Esparta”, disse referindo-se à Batalha das Termópilas, quando 300 guerreiros espartanos lutaram até morrer para evitar o avanço no território grego de um exército persa com centenas de soldados.

Ferro taxou como um “ato de brutalidade” os rumores de que o prefeito pode ser expulso do partido, caso não acate a decisão da Executiva Nacional. “Se tem alguém para sair do partido não somos nós”.