Ainda vale o registro.
O governador Eduardo Campos, depois de perder a paciência com a guerra pública entre os petistas no Recife, visitou o presidente Lula para pedir providências.
Eduardo disse a Lula que respeitou o PT “ao máximo” porque sabia que existem várias tendências, correntes, sempre opondo-se ou confrontando, no processo de discussão do Partido dos Trabalhadores.
No entanto, ele achava que a escolha do nome oficial se daria de forma mais pacífica, com debate de ideias e propostas.
Como se sabe, não foi o que aconteceu.
Nesse mesmo encontro, Eduardo contou a Lula que o PTB, com seu bloco alternativo, não mereceu intervenção porque havia uma discussão de forma organizada e orgânica.
Não haveria como criticar a discussão sobre o futuro do Recife.
No entanto, se o desejasse, poderia desinflar a movimentação, sacando aliados como o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca, do PSC, e o representante do PV, Carlos Augusto.
No encontro com Lula, Eduardo disse que não era mais possível tolerar a guerra das prévias, porque a briga iria descambar para a agressão física, no final. “Isto prejudica o PSB e o PT Nacional”, observou. “Não tem quem segure a militância”.
Aqui no Blog de Jamildo, escrevemos um artigo analisando que o desfecho das prévias de domingo retrasado, no Recife, ajudaria Eduardo Campos a descer do muro e tomar as rédeas da sucessão.
Eduardo disse a Lula que não poderia apoiar uma banda do PT (no caso a ala do deputado federal Maurício Rands) e Lula compreendeu.
O governador informou a Lula que iria chamar Maurício Rands e iria comunicar-lhe que estava ficando em uma posição difícil. “Mesmo que ele ganhe, não tenho obrigação de apoiar-lhe.
Vou deixar claro antes do resultado [da segunda prévia, que acabou descartada, tamanha a radicalização].
E vou comunicar o mesmo ao prefeito João da Costa”.
Neste momento, Eduardo perguntou a Lula o que deveria fazer.
Ainda alegou, apelando para a história. “Não é correto o que os petistas estão fazendo com a Frente Popular do Recife.
Com a história de Arraes (ex-governador do Estado) e Pelópidas Silveira (ex-prefeito)”, destacou.
O próprio Lula disse a Eduardo que iria promover o encontro entre os dois candidatos.
Foi na esteira desta conversa que, na segunda-feira desta semana, Rui Falcão chamou os dois a São Paulo, para uma conversa.
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