Da Agência Estado Desgastada com a revelação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manipularia a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira para “acabar com a farsa do mensalão”, a base aliada, liderada pelo PT, está decidida a focar as investigações no governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo.

A estratégia é preservar, neste primeiro momento, os governadores do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB.

A matriz da Delta Construções também deverá ser poupada. “Não tem sentido a quebra de forma indiscriminada do sigilo da Delta”, afirmou nesta segunda o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). “Não podemos fugir do foco.

Não é uma CPI das empreiteiras”, disse o petista.

Ele confirmou que a ideia é aprovar nesta terça-feira (29), na sessão administrativa da CPI, apenas a convocação de Perillo.

Com essa estratégia, os aliados pretendem desgastar a oposição, em especial os tucanos que aparecem envolvidos no esquema ilegal do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Vão transformar o Marconi em vítima.

Não pode convocar um e deixar os outros para trás”, disse a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). “Então, vamos convocar todos os governadores que têm contratos com a Delta”, defendeu.

Ao garantir que “ninguém controla a CPI”, o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), preferiu não se manifestar sobre o episódio envolvendo o ex-presidente da República.

Lembrou apenas que dos três participantes da conversa dois negaram.

Para o presidente da CPI, o ministro Mendes não precisa ser convocado.

Amigo do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), apontado pela Polícia Federal como um dos integrantes do esquema de Cachoeira, Gilmar Mendes viajou com o parlamentar para Berlim.

Vital do Rêgo afirmou ainda desconhecer qualquer acordo para aprovar nesta terça (29) apenas a convocação de Perillo.

Mas confirmou que os requerimentos de convocação dos governadores serão votados separadamente, e não em bloco como defende a oposição.

Dessa forma, os aliados poderão aprovar a convocação do tucano, derrubando os requerimentos dos governadores do Distrito Federal e do Rio.