Foram definidos neste domingo (27) os nomes dos nove integrantes da Comissão Estadual da Memória e Verdade.
Criado com a sanção do Projeto de Lei do Executivo de nº 840/2012, o grupo terá papel similar ao nacional - criado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada -, ou seja, apurar e esclarecer crimes de sequestro, morte, desaparecimento e tortura no período da ditadura de 1964 e do Estado Novo (1937/46), ocorridos em Pernambuco ou contra pernambucanos, mesmo que fora do Estado.
Entre os nomes, constam advogados (e políticos) e professores universitários.
A coordenação dos trabalhos ficará por conta do ex-deputado Fernando Vasconcelos Coelho e o ex-deputado estadual Pedro Eurico (foto acima).
Conforme prevê a Lei, seis membros foram indicados pela sociedade civil e três pelo governador Eduardo Campos, auxiliado pelo secretario da Casa Civil, Tadeu Alencar.
Nesta sexta-feira (1º), a comissão será instalada, em evento que promete colocar no mesmo espaço Eduardo Campos e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que apesar de serem adversários históricos, ensaiam uma reaproximação há alguns meses.
Confira a lista dos integrantes o resumo do seus currículos: Fernando de Vasconcelos Coelho Ex-deputado federal e ex-presidente da OAB, Fernando Vasconcelos Coelho integrou a ala autêntica do MDB e foi um dos expoentes da luta pelo restabelecimento do estado democrático de direito no país.
Será o coordenador executivo da Comissão, por indicação de Eduardo Campos.
Henrique Mariano É o atual presidente da OAB e filho de outra liderança histórica dos advogados, o ex-presidente Hélio Mariano.
Tem se notabilizado por recuperar a liderança da Ordem nas mobilizações da sociedade civil pelos direitos humanos e a cidadania.
Humberto Vieira de Melo Advogado e militante político com ligação histórica com a luta pelos direitos humanos.
Foi secretário de Justiça do governo do estado (primeiro mandato de Jarbas Vasconcelos).
Em sua cuja gestão foi elaborada e aprovada a Lei estadual de indenização a presos políticos/torturados em Pernambuco, durante o período da ditadura militar.
Também exerceu cargo na pasta estadual da Justiça no segundo governo de Miguel Arraes (1987).
Roberto Franca Militante da causa dos direitos humanos desde a juventude, com intensa participação na mobilização pela volta dos exilados e pela anistia.
Chegou a ser preso pelo regime militar por suas atividades políticas. É um dos fundadores do Gajop.
Foi deputado federal.
Também foi Secretário de Justiça, a convite de Miguel Arraes (1995/98).
Manoel Moraes Bacharel em Ciências Sociais e Mestre em ciência política. É o atual coordenador do Gajop, uma das mais influentes entidades do movimento pelos direitos humanos em Pernambuco, com mais de trinta anos de presença ativa.
Colaborador da rede de defensores e defensoras de direitos humanos das Américas, mediada pela Anistia Internacional.
Socorro Ferraz Historiadora (UFPE) e militante política, atualmente ligada ao PPS, partido pelo qual foi candidata a vice-prefeita do Recife.
Atualmente é consultora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nadja Brayner Professora aposentada da UFPE.
Na segunda metade dos anos 70, participou da luta pela redemocratização do País e pela constituição do Comitê da Anistia em Pernambuco e em defesa da integridade física dos presos políticos.
Foi vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia.
Pedro Eurico de Barros (foto acima) Teve papel destacado na luta pela redemocratização por seu papel na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife, durante o apostolado de Dom Hélder, a quem era fortemente ligado.
Foi vereador do Recife e deputado estadual por cinco mandatos.
Gilberto Marques Advogado, com ligações com o Gajop.
Um dos processos que lhe deu maior notoriedade foi o que resultou na condenação do Major Ferreira e outros cinco acusados da morte do procurador da república Pedro Jorge de Melo e Silva.