O deputado federal Sílvio Costa, do PTB, integrante da CPI do Cachoeira, garantiu que, na terça-feira, será quebrado o sigilo da Delta Brasil e não apenas da Delta no Centro-Oeste, como planejavam inicialmente os deputados. “Não vamos apenas quebrar o sigilo geral da empresa.
Vamos também aprovar a convocação dos três governadores, Cabral, Agnelo e Perillo”, avisou.
Postura de deputado petista é inadmissível, critica líder tucano O líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), também condenou o uso político da CPI. “Houve um nítido direcionamento político por parte do relator, que deve ter papel de isenção, mas fez perguntas com o único caráter de atingir o PSDB”, apontou.
O parlamentar rechaçou as suposições de envolvimento de Marconi Perillo com o esquema e defendeu a convocação do governador.
Segundo ele, o tucano já garantiu que prestará os esclarecimentos necessários. “As explicações que ele deu ao partido foram suficientes e acreditamos que vão convencer também ao país”, afirmou.
O líder da Minoria, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), também lamentou o uso político da CPI. “Todas as perguntas do relator foram direcionadas a um partido.
Ele mostrou um viés político indesejável, algo que não se pode admitir em uma CPI.
Essa comissão tem que ter um caráter judicial e esse papel de árbitro deve ser algo isento. É preciso investigar todos independentemente do partido e apontar os culpados”, destacou.
Os outros dois depoentes do dia, Jairo Martins de Souza e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, recorreram ao direito constitucional de não produzirem provas contra si e não fizeram nenhuma declaração.
Dadá é suspeito de arregimentar policiais para atividades criminosas e de ser araponga do grupo, mesma atividade atribuída a Jairo.
Todos, inclusive Garcez, estão presos há quase três meses acusados de participarem do esquema ilegal.
Os parlamentares voltaram a defender a ampliação das investigações e busca de novas provas.
Até o momento, a comissão não produziu nada novo em relação ao que a Polícia Federal e o Ministério Público já haviam apurado.
Entre as medidas consideradas fundamentais estão a quebra de sigilo nacional da empresa Delta, a convocação de seu dono, Fernando Cavendish, e dos governadores citados nas investigações.
Os requerimentos serão votados na reunião da próxima terça-feira (29). “É o que a opinião pública quer.
Não dá para fazer só o que o PT quer nessa CPI”, apontou o deputado Fernando Francischini (PR).
O tucano também rechaçou afirmações do advogado de Garcez de que a Polícia Federal teria feito montagens com as gravações registradas durante as operações que desvendaram a quadrilha. “Ele está viajando.
Isso é estratégia de defesa e uma acusação que merece abertura de inquérito, pois trata-se de uma acusação criminosa”, disse.