Da Agência Estado Principal personagem a depor nesta quinta-feira (24) na CPI do Cachoeira, o araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, foi orientado a repetir a estratégia usada na última terça-feira (22) pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, mantendo silêncio diante de deputados e senadores.
Cachoeira silencia e tira parlamentares do sério Cachoeira repetiu “não” 48 vezes Segundo advogados, ele só falará em sindicâncias internas, que apuram sua participação em corrupção de funcionários públicos em troca de vantagens para a organização do contraventor.
O advogado Leonardo Gagno adianta que, em depoimento à Corregedoria do Distrito Federal sobre suposto pagamento de propina a Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), Dadá vai sustentar que não houve pagamento, embora, nas interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo, apareça orientando o ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, a fazê-lo. “Dá o dinheiro para o cara”, sugeriu, em conversa na qual combinam repassar R$ 20 mil ao servidor, fora um “mensalinho” de R$ 5 mil.
O advogado diz que a mesma tática será usada hoje pelo araponga Jairo Martins, também seu cliente. “Os dois vão usar o direito constitucional de não se autoincriminar”, afirma.
Gagno pede a anulação das gravações da Monte Carlo, sob o argumento de que não foram obtidas conforme a lei. “Todas as perguntas vão ter origem nas interceptações.
Então, eles não podem responder sobre aquilo que estamos pedindo a nulidade.” O advogado conversou nesta quarta-feira (23) por uma hora com Dadá na prisão.
Disse tê-lo encontrado “calmo, equilibrado”.
E atribuiu a tranquilidade à experiência do cliente em CPIs.
O araponga foi investigado pela comissão parlamentar das escutas telefônicas ilegais e chegou a ser indiciado, mas não teve punição.
Outro a ser ouvido hoje, o ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez, que seria o elo da quadrilha com o governo de Goiás, também pouco contribuiu com a polícia.
Interrogado no mesmo dia, apresentou-se como representante comercial da Delta, empreiteira envolvida no esquema.
E chegou a dizer que em Goiás não existe jogo do bicho.