“Eu vou ficar calado”.

Esta foi a frase repetida pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, sempre que era convocado a falar.

Com ar de riso e olhar de desprezo, Cachoeira parecia estar se divertindo com a situação.

Assistiu às perguntas dos deputados que, exaltados, tentavam a todo custo tirarem alguma informação do bicheiro.

O senador Randolfe (PSOL-AP) foi quem fez mais feio.

Apelou para falar da ex-mulher de Cachoeira, dando a entender que o contraventor mantinha algum envolvimento com a antiga cônjuge.

Após meia hora de sessão, a senadora Katia Abreu (PSD-TO) tomou a frente e detonou a CPI.

Disse com estas palavras: “não podemos ficar aqui perdendo o nosso tempo, fazendo esse papel de bobo diante deste chefe de quadrilha com cara de cínico”.

Em seguida o pernambucano Sílvio Costa (PTB) quase aplaudiu a senadora, e imendou, para Cachoeira: “Esse seu silêncio não é o silêncio dos inocentes.

Entendo este silêncio como um grito um, o de que esta acontecendo hoje pode pautar a CPI, induzindo os próximos depoentes a se utilizarem deste mesmo recurso [o silêncio].”