Por Lygia Falcão, especial para o Blog de Jamildo Algumas vezes o jornalismo de opinião resvala para a manifestação de vontades ancoradas em pensamentos imperfeitos e idéias sem pé na realidade.
Pode ser a vontade do autor ou a vontade de grupos políticos e empresariais maiores do que ele.
Em um dos casos, ou nos dois, se encaixa o artigo assinado pelo jornalista Fernando Castilho neste blog, no último domingo.
Em suas linhas, Castilho reduz a questão das prévias do PT do Recife ao distanciamento entre o ex-prefeito João Paulo e seu sucessor, João da Costa.
Encobre, com supostos aspectos de ordem pessoal, um problema político e administrativo e encerra seu artigo de forma vaga, mas venenosa, ao afirmar que, “talvez”, a grande obra de João Paulo “tenha sido mesmo separar as pessoas”.
João Paulo encerrou sua gestão na Prefeitura do Recife com mais de 80% de aprovação popular e deixou para João da Costa um ambiente propício para a realização de um grande trabalho.
Além de obras prontas e em andamento, o sucessor herdou uma aliança política de 17 partidos e um funcionalismo motivado por uma liderança que sempre descentralizou o poder e agiu de forma democrática.
Os resultados, no entanto, não vieram.
O atual prefeito esfacelou a frente partidária, impôs um relacionamento difícil com seus comandados e, por conseqüência, foi reprovado de maneira inconteste pela população do Recife, conforte mostram as pesquisas de opinião.
A partir desta realidade, houve o entendimento de lideranças expressivas do PT no sentido de retomar a trajetória bem-sucedida do partido no Recife, indicando um novo nome para concorrer ao cargo.
Independente das prévias e de seus desdobramentos, não podemos admitir que o processo em curso seja embolorado por texto rasteiro, equivocado e nebuloso.
Lygia Falcão – ex-secretária de Comunicação da PCR e Assessora Parlamentar.
Veja abaixo o artigo que gerou a contestação A grande obra de João Paulo foi separar as pessoas