Quem é mais corrupto, o homem ou a mulher?
Como as pessoas enxergam a gravidade de atitudes como comprar produtos pirateados e furar filas?
Qual o nível de corrupção da população do Grande Recife?
Buscando responder a questões deste tipo, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em conjunto com a Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), desenvolveu a pesquisa “O que você tem a ver com a corrupção?”, entrevistando 700 pessoas entre os dias 5 e 12 de março em 10 cidades da Região Metropolitana.
Desenvolvida pelo Grupo de Estudo do Macroambiente Empresarial de Pernambuco (Gemepe) da Fafire e coordenada pelo professor Uranilson Carvalho, a metodologia respeitou quota proporcional ao número de moradores de cada município,conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram consultados moradores das cidades do Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Abreu e Lima, Igarassu, Moreno, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
Os entrevistados compreendem um grupo de homens e mulheres com 16 anos ou mais, de diferentes faixas de renda e nível de escolaridade.
O resultado da pesquisa será apresentado na segunda-feira (21), em uma entrevista coletiva, na sede da Fafire, no Recife (confira detalhes no convite anexo).
Segundo o professor Uranilson Carvalho, o Gemepe cuidou da metodologia com cautela: “trata-se de um trabalho delicado devido à temática e à abrangência do tema.
Admitimos uma margem de erro e buscamos construir uma contribuição conjunta para a sociedade”. É a quarta pesquisa que o Grupo desenvolve para o MPPE em seus cinco anos de existência.
RESPOSTAS - Diante do questionamento “você pratica algum ato de corrupção?”, os entrevistados foram confrontados com situações como compra de votos, suborno a agentes de trânsito e compra de produtos piratas, entre outras, para daí eles responderem se praticam tais atos e como eles avaliam cada um deles.
Outros atos do cotidiano, como furar fila e filar respostas em uma prova, também foram contemplados.
A pesquisa dispõe de análise detalhada dos dados envolvendo exame de números em relação a gênero, faixa etária, nível de renda e escolaridade, propiciando um ponto de apoio à compreensão da corrupção e seu entendimento pela sociedade.
Para o promotor de Justiça Maviael Souza, coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Caop-Patrimônio Público) a pesquisa é importante, pois servirá de alerta à sociedade. “Trata-se de uma iniciativa realizada de forma competente e que dev e contribuir para alertar a sociedade civil e o Estado para a importância à atenção com questões de ética e o constante investimento em educação”, avalia.
O levantamento integra as ações da campanha permanente “O que você tem a ver com a corrupção?”, um movimento nacional que em Pernambuco é comandado pelo MPPE.
O coordenador da campanha é o promotor de Justiça Maviael Souza.