Humberto Costa chegou a chorar ao perceber que precisaria abrir mão do apoio do governador Arraes para se candidatar pelo PT / Foto: João Carlos Lacerda/Arquivo JC Por Gabriela López, repórter do Blog de Jamildo Ter mais de um candidato para disputar a sucessão municipal e fazer uma eleição interna para escolher um nome com base na vontade da maioria dos filiados não é novidade no Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco.

Em 1996, a sigla protagonizou uma situação igual a que ocorre neste domingo (20).

Três nomes foram cotados para disputar o pleito daquele ano: João Paulo, Humberto Costa e Paulo Rubem (hoje, correligionário do PDT).

Após 12 anos de poder no Recife, rachado, PT define rumos em sua maior encruzilhada em Pernambuco Prévia petista terá estrutura de eleição nacional Na época, o PT ainda era oposição, tanto que não tinha um bom relacionamento com o governador Miguel Arraes (PSB) e este foi um dos motivos para o candidato à Prefeitura tivesse que ser decidido por meio do voto.

Humberto defendia a aliança com Arraes, apoiado pela corrente Unidade na Luta (UL), mas a tendência majoritária, a Democracia Socialista (DS), queria outro nome e desvinculado ao governador.

O clima de animosidade era parecido com o atual.

O debate que houve naquele ano acabou em briga.

No fim das contas, Humberto venceu, mas desistiu da candidatura após perceber que o partido não daria apoio a Arraes.

O atual senador chegou a chorar após a sigla aprovar um documento no qual impunha várias condições ao governador Miguel Arraes para formar a Frente Popular.

A tendência era que o segundo mais votado, Paulo Rubem, fosse o candidato.

Entretanto, ele também tirou seu nome da disputa.

Alguns petistas justificam que ele não sentiu apoio dentro do próprio partido para se lançar e outros, que não conseguiu unir a base e os aliados.

Por fim, João Paulo, que havia ficado em terceiro lugar, assumiu o desafio de ser o nome do PT na sucessão municipal, mas quem chegou ao Palácio Capibaribe foi o candidato da situação, Roberto Magalhães (DEM), hoje, deputado federal.

O outro candidato da disputa era Roberto Freire (PPS), na época, senador e, hoje, deputado federal por São Paulo.

O PT só conseguiu a cadeira de prefeito na eleição seguinte, em 2000, com João Paulo.

Desde então, contabiliza 12 anos no poder da capital pernambucana, com dois mandatos de João Paulo e um do atual prefeito, João da Costa.