O deputado federal Sílvio Costa, do PTB, integrante da CPI do Cachoeira, afirmou, no programa Ponto Final, com Aldo Vilela, que o senador Demostenes Torres, ex-DEM, está liquidado e deve parar atrás das grades, sem a menor sombra de dúvidas.
O programa vai ao ar nos próximos dias. “O futuro do Demóstenes é a cadeira.
O problema é que esse martírio dele deve durar mais uns 90 dias, por conta do regimento da casa”, afirmou, já dando conta que o parlamentar será cassado pelos pares.
Sílvio Costa também acredita que, inevitavelmente, os governadores já citados serão convocados. “A CPI não vai dar em pizza.
Não tem como dar.
Já aprovamos a convocação de 60 pessoas.
Alguém vai abrir o jogo”, aponta.
Na sua avaliação, quem acabará abrindo o bico será justamente a arraia miuda da quadrilha. “O baixo clero da organização é quem vai estourar.
Já se sabe que Dadá negocia delação premiada.
Teremos fortes emoções”, prometeu.
Outro integrante da CPI, o deputado federal Onix Lorenzoni (DEM-RS), por exemplo, solicitou e teve aprovação para a quebra de sigilo telefônico dos diretores da Delta em 23 estados onde tinha contratos com os Estados. “É tempo de murici, amigo, cada um cuide de si”, brincou o parlamentar, citando um bordão popular.
Ao observar os primeiros movimentos da CPI, Costa observou o comportamento de alguns colegas, como o ex-presidente Collor. “O que me chamou a atenção é que o Collor endoidou.
Ele quer pegar a Veja e o Gurgel de todo jeito.
Ele demonstra ter raiva de todos os poderes constituídos.
Ele está muito nervoso.
O povo de Alagoas deu a ele uma segunda chance e ele não fez nenhuma autocrítica”, acredita.
Outro que chamou a atenção foi o deputado federal petista Cândido Vaccarezza. “Ele disse que iria para cima do Gurgel (para ajudar a defender os mensaleiros do PT), mas isto é um tiro no pé”, disse. “Também não concordo com a campanha que estão fazendo contra o Policarpo (diretor da Veja).
Qual o mal dele falar com Cachoeira?
Jornalista tem direito a manter suas fontes.
Uma quadrilha acabou prestando serviço ao Brasil.
Por acaso é mentira o Mensalão?”, explica.
PS do Blog de Jamildo: A frase espirituosa de Costão faz referência à Guerra dos Canudos (1896-1897) e um de seus protagonistas, o coronel Tamrindo.
Consta que proferiu a famosa frase citando a fruta da caatinga.
O bordão virou símbolo da debandada e teria sido proferido pelo coronel Pedro Nunes Tamarindo ao constatar a desarticulação total das tropas no ataque a Canudos, após a morte do comandante Moreira César.
Murici, ensinam os dicionários, é fruto que só floresce em seca braba.
O sentido da expressão é mais ou menos este: quando apertam as condições externas, cada qual deve confiar nas próprias forças.