Não vejo a hora do Capibaribe poder receber turistas para cruzeiros pelo rio, como acontece em Budapeste, por exemplo, com o rio Danúbio, que aliás, não é azul..

Nem sei se devo confessar, mas, garoto, meu querido avô Argemiro Lins me levava para passear no rio, quando as lanchas da então CTU ofereciam o transporte de passageiros aqui na capital.

Nesta quarta-feira, o governador Eduardo Campos deu início às intervenções que prometem devolver a vida ao Rio Beberibe.

As obras de dragagem e urbanização do rio – que nasce em Camaragibe e divide as cidades do Recife e de Olinda – vão evitar enchentes, melhorar a qualidade da água, incentivar a pesca e ainda torná-lo navegável.

A última intervenção do gênero foi feita há exatos 30 anos, em 1982.

A dragagem também vai deixar o rio mais fundo – entre 50 e 80 metros – e, assim, possibilitar a sua navegação. “Com esse trabalho feito aqui teremos o nosso primeiro circuito de transporte fluvial, saindo da BR-101, em Dois irmãos, até a área próxima à Marinha”, informou o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, Almir Cirilo.

O projeto atual recebe investimentos de R$ 63 milhões, oriundos do PAC Dragagem e de contrapartida do Governo do Estado.

Além do desassoreamento, os trabalhos envolvem o alargamento de suas margens, a colocação de 13 pontilhões, a abertura de novas ruas de acesso e a construção de uma ciclovia com 13 km de extensão. “A ciclovia é importante para humanizar a base do rio e as pessoas tomarem consciência de que é preciso salvar o Beberibe”, disse Eduardo.

Para fazer todas as intervenções, será necessária a transferência de cerca de 400 famílias ribeirinhas que hoje vivem no local.

Muitas deles residem em palafitas, sem saneamento básico e outras condições indignas.

As novas residências já estão sendo construídas, próximas às nascente do rio, através do programa Prometrópole.

Dos 23 km de extensão do Beberibe, 13 km fazem parte do projeto de revitalização.

Iniciada hoje, a primeira etapa da dragagem vai custar R$ 16,4 milhões e abrange um trecho de 2,2 km entre a ponte da Avenida Olinda e a foz do rio (próximo ao Porto do Recife).

Até fevereiro do ano que vem, serão retirados 500 mil metros cúbicos de sedimentos (o suficiente para encher 30 mil caminhões).

Todo o material será separado e enviado a aterros sanitários ou levados para o alto-mar, a seis milhas da costa, no chamado bota-fora oceânico.

O prazo para a conclusão de toda a obra é de 25 meses.

Almir Cirilo garantiu a celeridade das intervenções. “Nós não podemos esperar acabar uma obra para começar outra.

Ainda este ano, vamos licitar as outras ações e estaremos com todas elas em execução simultaneamente”, afirmou o secretário.