Levy Fidelix, presidente nacional do partido, teria participado das negociações Definido pela mulher como “preso político”, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preparava uma ofensiva política em Goiás.

Conversas interceptadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo mostram Cachoeira negociando a compra de um partido.

Os áudios da PF indicam que seria a seção goiana do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), cujo presidente nacional Levy Fidelix é citado em diversas escutas.

As conversas sobre a compra do partido começam em maio de 2011, quando Cachoeira questiona um aliado sobre a direção da legenda em Goiás.

A ideia era tirar do cargo Santana Pires, presidente regional da sigla.

Dois dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma mensagem para alguém, cujo codinome entre o grupo é “nosso maior”, questionando se valia a pena “pegar” o PRTB.

A PF identificou que o sargento aposentado da Aeronáutica, Idalberto Matias Araújo, o Dadá, também fazia parte da negociação.

Em um grampo, Dadá diz a Cachoeira que falou com o advogado (possivelmente do partido) e que ele teria pedido R$ 300 mil. “Já aumentou aquele valor que falei para você.

Falou que era R$ 200 mil, passou para R$ 300 mil”, diz Dadá. “Tá roubando.

Que garantia que tem?”, pergunta Cachoeira. “Disse que faz na hora.

O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE.

Resolve tudo”, explica o araponga.

Cachoeira então quer saber quanto custa a manutenção anual do partido e Dadá diz que ele não falou sobre o assunto. “Falou que fica com o Estado todo na mão e nomeia os municípios.” Cachoeira anima-se e diz que é para fechar o negócio por R$ 150 mil: “Até R$ 200 mil dá para fazer.

Fecha logo, mas tem que ter garantia”.

Segundo a PF, em agosto o grupo continuava discutindo o assunto.

No início do mês, Dadá liga para Cachoeira perguntando se ele ainda estava interessado “naquele negócio do partido?” Ele confirma e pergunta qual era a legenda.

Dadá responde que é o mesmo partido do Levy, o PRTB.

No dia 11, Cachoeira liga para Dadá e questiona: “E o negócio do partido lá, o que deu?”.

O araponga responde: “Uai, tá naquele lenga, lenga, o cara quer, tá lá em São Paulo, hoje mesmo ligou, querendo os nomes, mas eu sugeri aquilo que você me falou, ‘ó meu irmão, é, vamos visitar lá o 01 do Estado’, aí ele falou ’não’, que ele ficou de ver com o cara o seguinte: se a gente mandasse um emissário nosso com os nome e se lá o cara quiser trazer a nominata, beleza, entendeu?

Agora entregar os nomes e pegar a nominata no outro dia, eu falei que não tava certo.

Aí ele ficou de ver lá com o Levy Fidelix, pra ver se fazia assim, pra mim te falar e mandar mensageiro lá, mandar o negão lá com esses nomes”.

Cachoeira mostra-se satisfeito com a resposta e pede que Dadá verifique o andamento das negociações.

Três dias depois, Dadá informa que levaria os nomes para o pessoal do partido.

Cachoeira insiste para que o araponga marque uma conversa com Fidelix para “desenrolar” o assunto.

As investigações não revelam se a negociação prosperou.

O PRTB tem, hoje, 113.662 filiados, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em seu quadro político, o partido conta com dois deputados federais, 10 deputados estaduais, 11 prefeitos e cerca de 250 vereadores.

Em Pernambuco, o partido conta com os vereadores eleitos Jonas de Moura Ribeiro Júnior e Jorge Maurício de Lima Santos (ambos de Olinda), Ibamar Fernandes Lima (de Petrolina), além dos vereadores Paulo Fernandes de Lima (Agrestina) e Luiz Henrique Teixeira Gama (Barreiros).

Na última campanha presidencial o PRTB lançou o candidato Levy Fidelix, presidente nacional do partido.

Sua maior proposta é a criação do “aerotrem”,que solucionaria os problemas de trânsito nas grandes cidades.

Informações da Agência Estado