o estudo View more documents from Jamildo Melo.

A Socioeconomia do Recife No site da consultoria Ceplan Muito se tem falado na economia de Pernambuco, pesquisas e levantamentos analisam indicadores que confirmam a evolução econômica do Estado, percebida nos anúncios de novos e importantes investimentos.

Mas e a sua capital, o Recife?

Como ela se encontra diante da evolução da “onça nordestina” como a presidente Dilma chamou Pernambuco numa alusão aos tigres asiáticos?

Os economistas da Ceplan debruçaram-se sobre números dos Censos do IBGE de 2000 e de 2010, além de outras fontes de dados, e concluíram que o Recife apresentou avanços, mas ainda tímidos para uma cidade que precisa ser mais rápida a fim de pegar o embalo dos novos ventos que movem a economia estadual.

Um exemplo é a taxa de crescimento anual do PIB de 2%, entre 2000 e 2009, abaixo das médias do Brasil (3,2%), do Nordeste (3,6%) e de Pernambuco (3,5).

Houve ainda declínio na participação do Recife na Economia de Pernambuco: de 36,1%, em 2000, para 31,8%, em 2009.

Embora o Estado venha recebendo investimentos industriais em várias regiões, o setor de Serviços continua como principal atividade da capital, com 81,82% de participação na economia.

Mesmo com o aumento da base econômica, a cidade tornou-se ainda mais dependente de transferências governamentais como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da Cota Parte do ICMS.

As receitas tributárias próprias tiveram uma pequena redução de 2000 para 2010 quando passaram a responder por 31,1% da receita municipal.

A maior parte, 58,4% veio de transferências correntes.

Merece uma observação a redução, pela metade, da taxa de investimentos tomada com relação à receita corrente do município.

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, o percentual da receita destinado a investimentos caiu de 10,55%, em 2000, para 5,63% em 2010.

Neste período, a receita nominal mais que triplicou, passando de R$ 731,7 milhões para R$ 2,5 bilhões, enquanto os investimentos a preços correntes não chegaram a dobrar: de R$ 77,2 milhões, em 2000, para R$ 142,5 milhões, em 2010.

Em relação ao emprego, o setor de Serviços cresceu 5,9% ao ano entre 2000 e 2010, elevando sua participação para 39,7% em 2010.

O estudo mostra ainda redução de 10,5% ao ano no número de analfabetos com emprego formal no mesmo período, enquanto os empregos para quem tem ensino médio cresceram 9,8% anuais.

A baixa escolaridade aparece com mais força no eleitorado do Recife: 50,41% têm até o primeiro grau completo, sendo que 31,13% destes não chegaram a completar o 1º grau.

Um grave problema é o índice de mortes por causas externas como violência, acidentes de trânsito ou drogas que, embora tenha caído entre 2000 e 2010, ainda é de 97,5, mas alta que os 86,2 de Pernambuco, 79,7 do Nordeste e 74,3 do Brasil para cada 100 mil pessoas.

Mas há pontos a comemorar como a diminuição da taxa de mortalidade infantil de 20,4 para 12,9 em cada mil nascidos vivos entre 2000 e 2010 e também da mortalidade materna que caiu de 70,4 para 50,5 em cada 100 mil nascidos vivos, no mesmo intervalo.

Outros aspectos da socioeconomia recifense são ainda analisados neste Informee Especial.