Os socialistas estão acompanhando com lupa o desenrolar da briga do PT no Recife, de olho na sucessão de João da Costa.

Sob a condição de reserva, não se furtam a analisar o quadro político antes do resultado das prévias.

O Blog de Jamildo conversou com uma raposa felpuda desta agremiação e ouviu algumas avaliações preliminares, sempre, é claro, na base da especulação política, afinal que não há bola de cristal confiável.

Uma primeira observação dá conta que o pleito interno, por mais que Humberto ou Rands negue, mostra o distanciamento entre a cúpula do partido e a agremiação na capital. “Os cardeais estão, de fato, correndo atrás do tempo”, analisam, em uma observação próxima ao que disse o secretário de Turismo e coordenador político de João da Costa, André Campos. “João Paulo, por exemplo, passou os últimos três anos se escondendo no mandato de deputado federal, depois de ter sido um trator para impor o nome de João da Costa.

No passado, João Paulo tinha o controle do diretório municipal e bancou João da Costa, era a mesma situação, só que agora com os papéis invertidos”.

Da mesma forma, Humberto Costa não vive nesta política pequena. “Tanto é assim que a CNB não é forte no Recife.

Muita gente da CNB até virou a casaca e está com João da Costa”, citam.

Nesta disputa cartorial, com diretorianos municipais, João da Costa teria mesmo que sair na frente, com risco de ganhar.

Isto porque, neste tipo de disputa, as regras do voto são feitas de baixo para cima e não o contrário, de cima para baixo. “João da Costa tem hoje em dia uma máquina dele no Recife.

Foram oito anos de João Paulo e mais quatro anos como prefeito.

Em 12 anos, conhece a matemática e os filiados ao PT no Recife.

Sabe onde tem o voto e vai atrás” Já João da Costa, na avaliação dos socialistas, vai trabalhar, ou intensificar o papel de vítima. “Não se sabe até que ponto isto se traduz em voto, mas é um caminho”.

Para socialistas, se vencer prévias, João da Costa volta ao páreo um gigante. “Caso vença as prévias, João da Costa sai maior do que entrou.

Ele vai ficar do tamanho de Isaltino (Nascimento, deputado do PT estadual), um gigante”, diz a fonte. “Se o cara não sabe dar um bom dia (por arrogância ou excesso de timidez) é algo subjetivo, uma questão de valor pessoal”.

Os socialistas ainda acreditam que, além de sangrenta, quase pessoal, a eleição ainda vai descer a um nível mais técnico, em que ficariam evidenciadas as diferenças entre os dois projetos, com vantagem para o situacionista. “Ninguém abriu essa discussão ainda.

Vão descer aos números.

E João da Costa, de fato, tem números que batem os oito anos de João Paulo.

Quem fez mais habitação, João Paulo ou João da Costa?

Quem fez novas vias, João Paulo ou João da Costa?

Quem fez mais academias da cidade, João Paulo ou João da Costa?”, questiona.

Há, entretanto, um lado bom para o próprio partido com as prévias. “Nenhum deles vai poder arguir que não foi legítima a escolha, com a vitória de A ou de B”.

João Paulo, caso Rands perca, se sentiria mesmo obrigado a apoiar João da Costa.

E a oposição, na opinião dos socialistas? “O problema é que é pobre também e está engessada.

Mendonça estacionado em seu teto.

Daniel Coelho era para ser o novo e já está com cara de velho.

Raul Jungmann nem deve sair candidato, deve ser vereador”