As propostas da agenda do PTB podem ser direcionadas a um pré-candidato do PT?
Seria até uma pretensão imaginar que outros não pudessem de alguma maneira assumir esta agenda, mas o que nós constatamos é que evidentemente os que já tiveram a oportunidade, como o prefeito atual, de implementar políticas e, efetivamente, através de uma gestão poder operar as transformações que o Recife precisa, estes evidentemente têm menores condições, na medida em que já tiveram a oportunidade e não realizaram.
Portanto, eu acho que quem mais se credencia a defender uma nova agenda para o Recife seriam evidentemente novos atores, novos candidatos, que pudessem estar de alguma maneira sintonizados com estas propostas.
O apoio a Rands influenciaria uma desistência de João da Costa?
Esta possibilidade não me parece própria, porque se o PT está envolvido em uma disputa de prévias que foram convocadas - e evidentemente não há ainda nenhuma indicação de que o partido poderá resolver isto antes das prévias -, não faz sentido nós nos anteciparmos a um movimento que, de resto, não sabemos qual será a própria decisão do PT.
Eu continuo vendo espaço para uma candidatura alternativa ao PT na medida em que identifico que estas prévias podem rachar o partido.
Ou seja, é já difícil explicar as próprias prévias.
Como um candidato do próprio partido vai poder amanhã dizer que a gestão não é aprovada por setores do próprio partido, e como ele vai poder demonstrar que o modelo de gestão que vem sendo implementado será mudado ou poderá sofrer uma mudança absoluta de rumo?
Portanto, a situação do PT é delicada.
Nós não sabemos se o partido sairá unido das prévias, diz-se que há inclusive lideranças importantes do partido que declaram que dependendo do próprio resultado poderão até tomar outro rumo.
Em meio a toda esta confusão, a Frente, que não é formada apenas pelo PT, não pode ficar na dependência destas contradições que têm marcado o processo de definição interna do partido.
A Frente, que têm responsabilidades com Recife e com Pernambuco, precisa se preparar para apresentar alternativas, inclusive de nomes.
Esta Frente tem compromissos com Recife e com Pernambuco.
Esta possibilidade de nós anteciparmos um movimento que pudesse se traduzir em um apoio antes das prévias, a quaisquer dos candidatos do PT, não me parece que seria absolutamente o caminho indicado.
Nós temos sim que aguardar o desfecho deste processo, verificar se o PT consegue ou não unir as duas correntes e, ao final, promovermos uma avaliação que poderá nos indicar o caminho de uma candidatura própria deste grupo. É isto o que nós temos defendido.
O nome de Armando seria uma alternativa?
Nós nunca colocamos o nosso nome nesta mesa, nesta discussão dos partidos.
Eu fui eleito pelos pernambucanos para representar Pernambuco no Senado.
Existem nestes partidos nomes que foram colocados até como pré-candidatos.
Eu lembraria, por exemplo, o deputado Paulo Rubem no PDT, candidaturas que estão pré-colocadas também no PV, nomes que haviam sido lembrados no meu próprio partido, como o deputado estadual Silvio Costa Filho, o vereador Antonio Luiz Neto, no PP o deputado Eduardo da Fonte.
Então, existem nomes, alternativas.
O nosso nome não foi colocado nem foi efetivamente lembrado por estes partidos.
A nossa motivação não é a de oferecer o nosso nome, a nossa motivação é de poder colaborar para que a Frente Popular encontre alternativas dentro dos partidos que formam a Frente, para que nós não fiquemos inteiramente a reboque ou na dependência deste processo do PT.
Eu não postulo, não coloquei o meu nome neste processo e, como disse o meu maior interesse é o de poder contribuir para oferecer uma agenda ao Recife e, se for necessário, uma candidatura alternativa que possa defender um novo projeto para o Recife.