Da Veja.com Infográfico de VEJA.com aponta os beneficiários da propina, as datas dos pagamentos, os valores e sua correspondência com votações no Congresso. “Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber.” É assim que a Procuradoria-Geral da República (PGR) qualifica o mensalão, nas alegações finais do processo.

E a explicação da PGR é cristalina: “No momento em que a consciência do representante eleito pelo povo é corrompida (…), a base do regime democrático é irremediavelmente ameaçada”.

Para chegar a esta síntese do maior escândalo de corrupção da história do país, agora prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público reuniu as mais variadas evidências de recebimento de propina — testemunhos, recibos, livros contábeis, laudos, TEDs, DOCs, entre outros — e, a exemplo das CPIs que se debruçaram sobre o assunto, mostrou sua correspondência com a votação de matérias caras ao governo.

O Infográfico de VEJA.com aponta os beneficiários do esquema, as datas, os valores, os intermediários e as votações citadas na denúncia.

O conjunto de provas é suficiente para afastar as principais teses da defesa dos mensaleiros.

A recorrência dos saques em dinheiro e do uso de laranjas — motoristas, assessores, a mulher, o irmão, o contínuo — evidencia que os beneficiários do valerioduto não ignoravam a origem ilícita do dinheiro.

E a correspondência entre votações e os saques desautoriza a versão de que se tratava de pagamentos desinteressados ou casuais.

Quanto a isso, a PGR cita na acusação trecho do relatório final da CPI dos Correios que apontou, como exemplo, que nos dez dias anteriores ou posteriores à votação da Reforma Tributária ocorreram 18 visitas à agência do Banco Rural em Brasília e foram retirados R$ 2.020.000 do valerioduto.

O julgamento do mensalão está previsto para o mês que vem — só falta o ministro Ricardo Lewandowski concluir a revisão do processo.

Em suas alegações finais, a PGR “espera sinceramente que a atuação do Supremo Tribunal Federal (…) servirá de exemplo, verdadeiro paradigma, para o Poder Judiciário brasileiro e, principalmente, para toda a sociedade a fim de que os atos de corrupção, mazela endêmica no Brasil, sejam tratados com o rigor necessário”.

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