As bancadas do PSDB na Câmara e no Senado promovem na próxima terça-feira (17), às 15 horas, um ato para assinatura do requerimento de criação da CPI do caso Cachoeira na sala de reuniões Artur da Távola.

O líder tucano, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou que a oposição insistirá em buscar espaço nas investigações para desmontar o sistema criminoso com inúmeros tentáculos montado pelo bicheiro.

Em entrevista ao programa “Entre Aspas”, da Globo News, o parlamentar destacou que a comissão terá grande abrangência, pois as ligações do contraventor não se restringem a um determinado partido político ou estado.

Para Araújo, nomes e fatos revelados durante outras investigações no Congresso voltarão à tona. “Está claro que essa CPI não vai ficar contornada apenas pela questão dos jogos ilegais, tanto é que todo o processo de negociação se deu em torno de um texto que permitisse uma investigação abrangente.

A comissão vai permitir que se apure tudo que tiver relação com as operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, e todas as conexões públicas e privadas do senhor Cachoeira”, afirmou.

O deputado destacou que os esquemas de Cachoeira atingem inúmeros partidos políticos.

Segundo ele, a atuação do contraventor não está restrita aos jogos, mas também engloba construtoras e outras empresas, inclusive algumas com contratos bilionários com o governo federal.

O PSDB encaminhou moção aos presidentes da Câmara e do Senado sugerindo a participação da oposição no colegiado.

O desejo da oposição, de acordo com Araújo, é que os governistas não assumam sozinhos o comando e direcionem as apurações.

Ele comentou declaração do presidente do PT, Rui Falcão, em vídeo postado no site da legenda.

O líder acredita que, se o apoio do governo à instalação do colegiado tem a intenção de abafar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), a medida pode ser um “tiro no pé” do Planalto.

O líder também rechaçou a tentativa de usar a CPI para colocar Goiás no centro do escândalo. “Se a comissão surgiu para mostrar que há ações criminosas dentro de Goiás, esse vai ser o primeiro tiro no pé porque ela vai se espalhar por toda federação.

As motivações de Cachoeira são econômicas e quase 70% de todos os recursos públicos estão concentrados em Brasília.

Vamos encontrar só de pagamentos para a Delta no ano passado R$ 2,6 bi de contas com o governo federal”, disse.

A Delta é a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A empresa teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do governo do Distrito Federal, em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal.