Deu no site da Associação dos Amigos do Transplante de Medula Óssea (ATMO) O CTMO do Hemope é o único centro público transplantador de medula óssea de Pernambuco e do Nordeste.
Em dez anos de atividade, ofereceu à população um serviço público de referência, primando pela qualidade, tendo salvado dezenas de vida, não só com os transplantes, mas também com a intervenção no pré, trans e pós transplante.
Sabe-se que as intercorrências é que matam os pacientes, mesmo após o transplante, e o CTMO do Hemope, dispondo de equipe superespecializada e estrutura altamente específica, não oferecida por outros serviços, mesmo privados de ponta, fez um trabalho singular.
Em novembro de 2011, o Secretário estadual de Saúde Antonio Carlos Figueira determinou o fechamento do CTMO do Hemope, sem qualquer discussão com o controle social, os profissionais altamente qualificados do CTMO ou com pacientes e familiares – os mais interessados.
E transferiu os leitos para o Hospital Português, privado.
A medida gerou forte reação social, entidades de trabalhadores e usuários e até o Conselho Nacional de Saúde apelaram ao governo, mas o secretário permaneceu irredutível.
Diante da insensibilidade, representantes da Associação dos Amigos do Transplante de Medula Óssea (ATMO) e da Frente Pernambucana em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde recorreram a Justiça Federal, que determinou a imediata reabertura do CTMO do Hemope.
O governo estadual recorreu, mas perdeu em todas as instâncias.
No dia 11, a instância maior do controle social no estado, o Conselho Estadual de Saúde (CES), seguiu a mesma direção da sociedade e da Justiça Federal, decidindo à unanimidade pela manutenção do CTMO público em hospital público.
O CES cumpre, assim, o seu papel previsto na constituição federal, leis orgânicas da saúde e na constituição estadual, o de deliberar sobre as políticas públicas de saúde.
Parabéns ao CES!
Convém lembrar, ainda, que habitualmente os serviços privados escolhem os procedimentos de maior remuneração e maior margem de lucro, deixando as complicações – de maior custo e menor lucro – para o serviço público.
Exemplo disso é o tempo de permanência e o local de permanência do paciente transplantado, comparativamente no hospital privado e no público.
Outro aspecto importante, de há muito solicitado e ainda não divulgado é a taxa de mortalidade no serviço transplantador público e no privado.
Em Pernambuco, tais dados são estarrecedores, e a Secretaria de Saúde (SES) deliberadamente não tem feito a divulgação necessária que corresponda à realidade.