Filippo Cecilio, do R7 O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), defendeu nesta terça-feira (10) que o empresário Roberto Civita, proprietário da Editora Abril, seja convocado para depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que será instalada no Congresso para investigar as ligações entre parlamentares, integrantes do judiciário e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela operação Monte Carlo da Polícia Federal. — A revista [VEJA]teria que ser ouvida pra prestar esclarecimentos sobre essa ligação estreita entre ela e esse elemento.
Pretendo ser um dos membros dessa CPMI, e essa é a minha manifestação. É natural que se coloque para falar alguém representando uma revista que teve 200 ligações com esse elemento para que se explique.
Nos grampos efetuados pela PF, aparecem telefonemas de Cachoeira para o diretor da revista em Brasília, Policarpo Júnior.
As gravações levantam suspeitas de que o bicheiro encomendava matérias de seu interesse para lhe favorecer os negócios ou então prejudicar seus inimigos.
Ferro afirmou que a convocação atenderia a um sentimento de diversos parlamentares: — Várias pessoas de empresas, órgãos do governo e membros do judiciário deverão ser chamadas pra esclarecer esse tipo de convivência com esse elemento.
Nesta terça, os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), selaram um acordo para a instalação da CPMI.
De acordo com Marco Maia, os dois presidentes vão conversar com os líderes das duas casas para chegar a uma redação única para o requerimento de criação da CPMI.
As assinaturas devem ser coletadas até o final desta semana.
Para que a comissão seja instaurada, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.
Para evitar que os trabalhos da CPMI sejam interrompidos durante o período eleitoral, Maia já afirmou que terão prioridade na composição da comissão os parlamentares que não sejam candidatos a prefeito ou vereador nas eleições do segundo semestre.
A assessoria de imprensa do Grupo Abril foi procurada, mas a reportagem não conseguiu o contato.