O processo de reconhecimento foi oficialmente iniciado hoje, em Washington, com a troca de cartas assinadas pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk.
A cerimonia também contou com a participação do Sr.
Carlos Lima, Diretor Executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça.
Por seu lado, o Brasil vai reconhecer como legitimamente americanos os uísques do tipo Bourbon e Tennessee.
A notícia foi bastante comemorada pela Associação Pernambucana dos Produtores de Aguardente de Cana e Rapadura(APAR), que há cerca de 10 anos luta junto com o Instituto Brasileiro da Cachaça(IBRAC), com apoio do Sebrae Pernambuco, por meio do convênio de acompanhamento junto ao governo americano.
Pernambuco é o segundo estado produtor e exportador da bebida no país, com produção anual de mais de 100 milhões de litros.
De acordo com a diretora executiva da APAR, Margareth Rezende todo o processo para o reconhecimento, que também contou com o apoio do Governo do Estado, vai ampliar ainda mais o mercado da cachaça no exterior e colocá-la em definitivo como um produto genuinamente brasileiro.
Além de garantir que a Cachaça é uma bebida típic a e exclusiva do Brasil, o reconhecimento vai permitir às empresas brasileiras venderem o seu destilado nos Estados Unidos apenas com o nome de Cachaça.
Como a classificação de bebidas nos Estados Unidos baseia-se na matéria-prima de origem e, o Rum e a Cachaça são produzidos a partir da cana-de-açúcar, e o rótulo das garrafas da bebida brasileira, desde 2000, deveriam conter a expressão “Brazilian Rum” (rum brasileiro), sem permitir a diferenciação dos dois destilados, dos seus parâmetros físico-químicos e das suas características sensoriais.
Os diálogos entre os EUA e o Brasil envolvendo a Cachaça não são recentes, visto que há mais de 40 anos a bebida faz parte de tratativas entre os dois países.
No entanto, esses diálogos se intensificaram na última década, após a obrigação da inclusão da expressão “Brazilian Rum” nos rótulos das Cachaças.
As discussões sobre o tema têm sido lideradas pelo pelos Mi nistérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), das Relações Exteriores (MRE) e pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), que nesse processo recebeu apoio importante do SEBRAE em Pernambuco, por intermédio da APAR.
Com a mudança, a promoção da Cachaça no mercado americano poderá levar em conta seu caráter típico, tradicional e exclusivamente brasileiro, além de proibir o uso da denominação Cachaça por empresas de outros países.
As exportações de Cachaça para os Estados Unidos estão aquém do potencial de mercado.
Em 2011 as exportações de Cachaça totalizaram mais de US$ 17 milhões.
Desse total, US$ 1,8 milhão, pouco mais de 10%, foi vendido para os Estados Unidos.