Interditar consultórios odontológicos da rede pública de Jaboatão dos Guararapes tem sido uma constante na rotina do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE).

Atualmente oito unidades estão sem funcionar por falta de estrutura e manutenção.

Precárias condições de atendimento na sala clínica, presença de mofo, infiltrações, oferecendo risco de infecção, vazamento hidráulico e de corrente elétrica na cadeira usada pelo paciente foram alguns dos problemas constatados pela equipe de fiscalização do CRO.

Os moradores das comunidades de Vietnã, Vila Piedade I e II, Praia do Sol, Cavaleiro, Jardim Coqueira, Engenho Macujé e José Coelho Pereira reclamam o descaso da Prefeitura de Jaboatão na área da Saúde e aguardam ansiosamente o momento de voltar a contar com os serviços odontológicos próximos a suas residências. “Quando o posto funcionava aqui perto, tudo era maravilhoso.

Tínhamos atendimento, organização.

Agora, temos que ir até outra comunidade, chegar às 5h para começar o atendimento às 8h.

Isso quando a gente consegue pegar uma ficha”, denuncia a comerciante Jaciara Nogueira da Silva que há 22 anos mora na comunidade do Vietnã e atualmente precisa ir até o Jardim Piedade quando necessita de atendimento.

A dona de casa, Elijane Batista dos Santos, explica que a administração municipal prometeu reformar o posto, mas que até agora, aproximadamente seis meses depois, nenhuma obra foi iniciada no local. “Desde que estou morando aqui é a terceira vez que este posto é fechado.

Eles não dão a manutenção necessária.

Sempre quando chove, alaga tudo e é um transtorno enorme”, contou.

No Conjunto Praia do Sol, o cenário não é diferente.

O único centro odontológico da área também está interditado. “Não temos nenhuma previsão de quando a unidade será reaberta.

Se precisarmos de dentista, o jeito é procurar em outra comunidade”, ressaltou o vice-presidente da Associação de Moradores do Conjunto Praia do Sol, Aquiles Ferraz.

De acordo com fiscais do CRO, o serviço nestes locais estava funcionando em completo desacordo com as normas de biossegurança preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e com os preceitos do Código de Ética da Profissão.

Os relatórios foram encaminhados ao prefeito, secretário de Saúde e o coordenador de Saúde Bucal de Jaboatão, além da Vigilância Sanitária, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária e Ministério Público para tomarem as providências cabíveis e, por consequência, desinterditar as unidades com plenas condições de atendimento à população.