O encontro da presidente brasileira com Barack Obama, em Washington, deve ter como principal avanço os acordos e parcerias relacionados à ciência, educação, tecnologia e inovação.
O programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, prevê a concessão de 75 mil bolsas de estudo para pesquisadores e estudantes brasileiros em universidades de diversos países.
Atualmente, 800 bolsistas brasileiros já estudam nos EUA pelo programa.
A confirmação do acordo com o governo norte-americano deve abrir mais espaço para os estudantes e pesquisadores brasileiros em grandes centros educacionais.
A parceria vai possibilitar o intercâmbio para universidades como a de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a Universidade de Stanford e a Universidade de Califórnia Berkeley, quatro das cinco melhores universidades do mundo de acordo com o ranking da Times Higher Education.
Economia - Apesar de os Estados Unidos ser o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e os dois países terem diversas desavenças comerciais, os presidentes não devem avançar muito em assuntos econômicos.
De acordo com Peter Hakim, presidente-emérito do instituto de análises políticas Inter-American Dialogue, a relação entre os dois países embora amigáveis, há uma dificuldade em torná-las produtivas. “Nem os Estados Unidos nem o Brasil têm ideias sérias sobre o que pode ser feito para tornar a relação mais produtiva e cooperativa.
Os dois governos se acomodam e se toleram enquanto mantém sua distância.” A diretora de Estudos Latino-Americanos do think-thank Council on Foreign Relations, Júlia Sweig, acredita que desde a visita de Obama ao Brasil, há um ano atrás, houve avanços importantes nas relações entre os países.
Em vigor há mais de 30 anos, a tarifa imposta pelos EUA à importação de etanol brasileiro foi derrubada pelo Congresso norte-americano em dezembro.
Política Internacional - A principal divergência entre Brasil e Estados Unidos diz respeito às intervenções no programa nuclear iraniano e das forças da Otan na Líbia.
Dilma defende o direito de países desenvolverem programas nucleares para fins pacíficos, enquanto o governo norte-americano acusa o Irã de tentar produzir armas nucleares.
A posição do governo brasileiro com relação ao tema é visto por Peter Hakim como crucial para os EUA não apoiarem a entrada do Brasil como membro permanente do Conselho de segurança da ONU.