Foto: Guga Matos/JC Imagem Do Jornal do Commercio A indefinição sobre a posição final do grupo de partidos da Frente Popular que, hoje, defendem uma candidatura alternativa à Prefeitura do Recife vai se prolongar até o desfecho da prévia do PT municipal.

Ou até que a disputa interna dos petistas responda a algumas incertezas.

O lançamento do nome alternativo do atual secretário estadual de Governo, Maurício Rands – da tendência majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) – para disputar, em prévia interna, a indicação do PT com o prefeito João da Costa, não preencheu três pré-condições para a adesão e apoio dos alternativos: a certeza da vitória, a certeza de que unirá o PT e a clareza sobre o que fará de diferente da atual gestão. “Não cabe lançar apoio ao nome alternativo do PT, porque não houve desfecho (da disputa).

E se a prévia indicar outra direção?

Vamos continuar com a tese de um nome alternativo na Frente Popular.

Não podemos ficar à mercê do PT”, adiantou o presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro Neto.

Nascido da insatisfação com a gestão corrente do Recife – da qual o PTB se desligou em janeiro de 2011 – e da oposição à recondução do prefeito João da Costa, o grupo vai continuar debatendo a construção do nome alternativo, ao mesmo tempo em acompanha a disputa no PT, segundo Armando.

A colocação da postura do grupo responde à indagação sobre o discurso adotado por João da Costa, alegando que o seu nome nunca foi problema para a unidade da Frente, uma vez que a alternativa Rands também não recebeu a adesão dos alternativos. “Nunca houve restrição pessoal ao prefeito João da Costa, mas questionamentos à gestão administrativa do Recife e ao seu desempenho de condutor político.

Isso é um discurso (do prefeito) para explicar algo em proveito próprio. É um equívoco.

Não podemos lançar apoio imediato a um nome alternativo do PT, porque o partido não resolveu a questão.

O que existe é uma pré-candidatura que vai a uma prévia”, arguiu Armando.

Por outro lado, o discurso do até agora único pré-candidato alternativo do PT, Maurício Rands, de que – ao contrário do prefeito – seu nome abre a possibilidade de ter o apoio do grupo que prega uma candidatura alternativa da Frente Popular, também sofre ressalvas. “Rands nos perguntou como víamos o nome dele.

Dissemos que ele tem credenciais, mas só pode ser considerado como opção depois que o PT resolver.

Tudo é incerto.

Caso ele ganhe, o PT ficará unido?

E se ficar fraturado?

O grupo pode considerar que, diante da fratura, cabe lançar candidato”, ponderou.

O senador revelou que um outro fator é levado em conta pelos alternativos: o ex-prefeito João Paulo. “Ele já se definiu?

Afastou-se da prévia?

Lançou apoio a um nome?

Não.

Como não sabemos se Rands construirá a unidade e o que faria de diferente do modelo que está aí, não cabe ao grupo decidir nada antes”, concluiu.