O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi acusado de, na última terça-feira (3), agredir um servidor da comissão, ameaçar os depoentes e tentar paralisar as atividades da comissão. “Como não conseguiu, ficou no corredor aos berros, ameaçando todo mundo”, afirmou Domingos Dutra (PT-MA), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Na quarta-feira (4), deputados representantes da Subcomissão da Verdade e da Comissão de Direitos Humanos protocolaram representação contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar.
A audiência estava marcada para ouvir os depoimentos de um camponês e dois militares que tiveram participação na Guerrilha do Araguaia.
Segundo Dutra, Bolsonaro também tirou fotos dos depoentes para tentar constrangê-los.
A representação foi entregue ao presidente da Câmara, o deputado Marcos Maia (PT-RS), que irá encaminhar o documento à corregedoria da Casa.
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) é o corregedor e terá o prazo de 45 dias para apresentar parecer.
Se considerar que houve quebra de decoro, encaminhará o caso à Comissão de Ética para abertura de processo, que pode resultar na cassação do acusado, que é do mesmo partido que Eduardo da Fonte.
O deputado Jair Bolsonaro é oficial da reserva do exército e sua posição política conservadora ganhou maior notabilidade nacional quando, em entrevista a um programa de televisão, afirmou que seus “gurus” na política eram os ex-presidentes da ditadura, disse ainda que torturaria seu filho se fosse necessário, que nem cogita ter um filho gay “porque ele tem boa educação” e coroou afirmando que uma suposta relação do seu filho com uma negra seria “promiscuidade”.