Sérgio Montenegro Filho/Jornal do Commercio No ano de 44 (a.C.), o imperador romano Júlio César foi advertido por um vidente de que não viveria até o final dos “idos de março”.

De fato, César terminou traído por uma conspiração que envolvia 60 senadores, inclusive seu filho adotivo, Marcus Brutus, e foi assassinado a facadas.

Mais de dois mil anos depois – guardadas as devidas proporções – a situação vivida por César se adapta aos “idos de março” do PT no Recife.

A palavra “traição” está na boca de supostos aliados, e o cenário é de um partido dividido e autofágico, onde a acirrada rivalidade entre grupos internos tem impedido definições importantes.

Entre elas, a do nome que disputará a prefeitura.

Quem seria o Brutus de João da Costa?

A lista inclui figuras como o senador Humberto Costa, líder do PT estadual, que tentou, sem sucesso, colocar o próprio nome como opção para a disputa na capital.

Também estão nela o deputado João Paulo – ex-padrinho político que virou inimigo figadal do prefeito, dizendo-se traído por ele – e o deputado Maurício Rands, que articulou, em silêncio, o seu nome como alternativa à sucessão de João da Costa.

Há ainda o governador Eduardo Campos (PSB), comandante da Frente Popular, que embora aliado administrativo do prefeito, teria estimulado a postulação de Rands.

Sem falar em antigos colaboradores do prefeito, como o ex-secretário de Assuntos Jurídicos da PCR, Cláudio Ferreira, peça-chave no primeiro escalão, que pediu demissão após a entrada de Rands no páreo e aceitou o convite para coordenar a campanha do cunhado nas prévias do PT.