Bruna Serra/Jornal do Commercio A máxima de que o tempo traz maturidade não se aplica aos processos internos do PT de Pernambuco.

Com a definição de que o candidato à Prefeitura do Recife será mesmo escolhido por prévias – marcadas para 20 de maio –, volta à memória de muitos um episódio emblemático para os petistas no Estado: a primária de 1996.

Na ocasião, o PT – ainda longe do poder – vivia às turras com a gestão do governador Miguel Arraes (PSB).

O presidente estadual da sigla, Jarbas Barbosa, fora acomodado na Secretaria Estadual de Saúde, apoiado pela Unidade na Luta (UL), corrente que abrigava nomes de peso como o então deputado federal Humberto Costa.

Quem comandava a maioria dos militantes partidários era a tendência Democracia Socialista (DS), bem mais xiita, cujo maestro era o então vereador e hoje deputado estadual Sérgio Leite.

Determinados a lançar candidato próprio ao Palácio Capibaribe e motivados pela posição de críticos do governador, os integrantes da DS começaram o movimento pela ruptura com Arraes.

Humberto, porém, acalentava a esperança de que poderia ter seu nome lançado pelo conjunto de forças que davam sustentação ao governador, a Frente Popular.

Mas não era bem esse o objetivo da DS.

Iniciou-se, então, uma acirrada disputa de forças entre as tendências.

Decidido pela consulta aos filiados, a prévia ocorreu na sede do PT municipal, na Rua Bispo Cardoso Ayres, Centro do Recife.

Levados pelo discurso da DS, entraram na disputa, além de Humberto, os hoje deputados federais João Paulo e Paulo Rubem (hoje no PDT).