Felipe Lima/Jornal do Commercio A educação profissional vive um momento decisivo.

A procura por esse tipo de ensino atingiu patamares inéditos no Brasil e em Pernambuco.

Só que não o suficiente para matar a fome do mercado de trabalho, em especial, o voraz setor industrial.

Salários altos e emprego certo, por incrível que pareça, se mostram ineficientes para corrigir a atual distorção do nosso sistema educacional.

Apesar de cada vez mais jovens estarem buscando aprender uma profissão, pode-se dizer que ainda falta um maior interesse do público-alvo.

A dura verdade é que o desejo pelo diploma universitário, uma cultura secular no Brasil, mascara um preconceito enraizado na sociedade: de que ensino profissional é coisa de pobre.

Em 2011, Pernambuco contava com 31.411 alunos matriculados em cursos técnicos, públicos e privados (aqui incluídos os do Sistema S).

Mas análise da consultoria Ceplan mostra que somente as demandas até 2014 de dois segmentos econômicos, a construção civil e a indústria metalmecânica, são de 32.500 novos trabalhadores por ano.

O equilíbrio está distante.

São 9 milhões de estudantes de Ensino Médio no Brasil.

Um milhão faz um curso profissional.

Aproximadamente 11%.

Pernambuco está próximo disso, com 8,8% – já que são cerca de 350 mil pessoas no segundo grau.

Em países industrializados e mais livres de preconceitos contra o ensino técnico, como Inglaterra e Alemanha, o percentual salta para 30%.

No primeiro, onde essa educação é chamada de vocacional, o contato da população com aulas práticas ocorre aos 13 anos de idade.

Em Pernambuco, pensar num patamar desta ordem só será possível em 2016, segundo estimativas do secretário-executivo de Educação Profissional, Paulo Dutra. É para esse ano que se espera o funcionamento pleno de 60 escolas técnicas estaduais, com capacidade, cada uma, para 1.000 alunos.

Hoje são 20, sendo que seis ainda não têm prédio próprio.

Sem contar a expansão prevista para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE) em Pernambuco, que até 2014 contará com mais sete unidades.