Bruna Serra/Jornal do Commercio Cada vez mais próximas da realidade dos petistas do Recife, as temidas prévias partidárias serão vistas como um atestado de falência do diálogo no processo de escolha do candidato que vai usar a estrela vermelha nas eleições de outubro.

Contumaz causadora de tensão e troca de farpas, a prévia, caso se consolide, terá neste ano 33 mil filiados aptos a escolher entre o prefeito João da Costa e o secretário estadual de Governo, Maurício Rands.

Este último, candidato da ala do senador Humberto Costa.

Para a votação - cuja organização cabe à executiva municipal do partido - serão necessárias urnas eletrônicas, que são solicitadas ao Tribunal Regional Eleitoral.

As máquinas serão instaladas nas 13 zonas eleitorais da capital, nas mesmas unidades onde a Justiça Eleitoral monta as sessões em votações a cada dois anos.

Para votar é preciso que o filiado esteja no partido há mais de um ano e tenha quitado todos os débitos de contribuição. “Em geral, utilizamos de duas a cinco urnas por zona.

Se realmente tivermos prévia, ela acontecerá no dia 20 de maio”, explicou o secretário de organização do PT municipal, Antônio Silvio de Barros Pessoa.

Depois de inscritos, João da Costa e Rands possivelmente participarão de debates organizados pela executiva municipal.

A função básica desses encontros é explicitar para a militância as diferenças entre os dois postulantes.

Isso porque o programa de governo pensado pelo PT será independente das candidaturas.

Ele será montado numa reunião marcada para 29 de abril e, em seguida, submetido à aprovação dos partidos da Frente Popular.

Aos candidatos caberá destacar nos debates os motivos pelos quais merecem quatro anos à frente da prefeitura. “Os debates são feitos por zona, da mesma forma como ocorre com o Programa de Eleições Diretas do partido.

Temos a orientação do estatuto de fazer, no mínimo, um debate por zona”, esclareceu Antônio Silvio, lembrando que só os filiados ao partido podem assistir aos debates.

Antes das prévias é realizado tradicionalmente o encontro dos delegados.

A reunião é a última instância capaz de barrar a votação.

Nele, os filiados que desejam se tornar delegados do partido formam chapas e são votados pelos que não estão na disputa.