Vinícius Sobreira, especial para o Blog de Jamildo Algumas faixas têm chamado a atenção dos que passam na Rua Doutor Bandeira Filho, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
Em frente aos prédios, as frases são direcionadas ao governador Eduardo Campos, ao prefeito João da Costa e ao Ministério Público de Pernambuco.
Os moradores protestam contra a construção dos viadutos sobre a Agamenon Magalhães, anunciada em agosto do ano passado.
A obra, avaliada em R$ 132 milhões, prevê desapropriação de 31 imóveis, além de recuo de alguns estabelecimentos e demolição de outros.
Mas os moradores de cinco edifícios da rua e da Avenida Rosa e Silva, junto com representantes do Clube Português e Igreja Batista da Capunga, estão unidos contra a construção que, de acordo com o governador Eduardo Campos, “é a melhor opção para viabilizar o trânsito na via”.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), José Mário Cavalcanti, as obras não alcançarão os objetivos desejados pelo governo e, portanto, não podem ser consideradas viáveis. “Os viadutos são apenas uma solução a curto prazo.
As pessoas continuarão comprando carros e dentro de poucos anos os engarrafamentos voltarão a acontecer também nos elevados”.
O presidente chamou a atenção para o fato de que o projeto não prevê um desvio alternativo para o tráfego durante as obras, o que provocará uma considerável piora nos engarrafamentos durante os 18 meses de construções.
Outro impacto dos viadutos seria com relação ao meio-ambiente, visto que a Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco ainda não publicou a autorização da obra.
A população reclama dos prejuízos a sua qualidade de vida.
A perda de privacidade dos moradores que terão carros passando em suas janelas, as portas dos prédios voltadas para baixo do viaduto e a desvalorização dos apartamentos são algumas das queixas dos moradores da Rua Doutor Bandeira Filho.
Valéria Moura, moradora de um dos prédios atingidos pelas obras, afirma que desde o dia 27 de janeiro os moradores entraram com uma ação civil pública junto ao Ministério Público de Pernambuco, que ainda não se pronunciou.
Valéria mostrou revolta com o Crea, que demorou a oficializar seu posicionamento contra as construções, e com a CTTU, que ainda não se pronunciou sobre as obras.
Abaixo-assinados contra os viadutos estão circulando e reuniões estão acontecendo semanalmente no Clube Português para informar os avanços conquistados pelos moradores.