A produção industrial caiu em fevereiro pelo sexto mês consecutivo, atingindo 46,5 pontos.
A utilização da capacidade instalada (UCI) também ficou abaixo do usual para o mês ao registrar 42,9 pontos.
As informações são da Sondagem Industrial de fevereiro, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 21.03.
Os indicadores variam de zero a cem.
Valores acima de 50 indicam aumento da atividade, do emprego, acúmulo de estoques indesejados e UCI acima do usual.
A indústria operou, em média, com 71% da capacidade instalada em fevereiro.
Em março, esse percentual foi de 69%.
Mesmo com essa leve melhora, a atividade industrial continua desaquecida, destaca a pesquisa, já que o índice ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos no mês passado.
O índice de evolução do emprego também ficou abaixo dos 50 pontos, assinalando 46,5 pontos em fevereiro, o que configura redução nas vagas de trabalho no setor industrial.
Mesmo com quedas sucessivas na produção industrial, o setor não consegue reduzir o volume de estoques, que tem ficado acima do planejado desde março de 2011, revela a Sondagem.
Em fevereiro, o índice de estoque efetivo em relação ao planejado atingiu 52,1 pontos, indicando acúmulo de estoques indesejados.
A evolução de estoques ficou em 51,1 pontos, sinalizando crescimento de produtos que, por não serem vendidos, foram armazenados pelas indústrias.
Maior otimismo – Apesar do desaquecimento da indústria, os empresários estão mais otimistas sobre a evolução da atividade nos próximos seis meses.
A exceção ocorre em relação às expectativas sobre as exportações, que tiveram leve recuo.
Embora o índice de perspectivas sobre as vendas ao mercado externo tenha recuado de 51,9 pontos, em fevereiro, para 51,2 pontos em março, o indicador ainda sinaliza confiança sobre aumento das vendas a outros países.
O otimismo dos empresários é maior sobre a demanda no mercado interno.
O indicador, que foi de 59,3 pontos em fevereiro, subiu a 60,4 pontos em março.
Em relação às compras de matérias-primas, o índice se elevou de 56,4 pontos para 57,5 pontos no período, mostrando que as empresas devem comprar mais insumos nos próximos meses para aumentar a produção.
Expectativa semelhante ocorre com o índice de número de empregados, que aumentou de 52,2 pontos para 53,3 pontos no período, apontando que o setor deve contratar mais nos próximos meses.
O economista da CNI Marcelo Azevedo explica que a confiança dos empresários cresceu devido às medidas adotadas pelo governo para tentar reduzir a valorização cambial, com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de câmbio, e pela redução contínua da taxa de juros, cujos efeitos devem ser sentidos nos próximos meses. “De qualquer forma, essa retomada da atividade industrial, que provavelmente começará no segundo trimestre, deve ser lenta”, destaca Azevedo..
A Sondagem Industrial foi realizada entre os dias 1º e 14 de março com 1.883 empresas, das quais 683 de pequeno porte, 710 médias e 490 grandes.