Não é surpresa que o nome do deputado federal Maurício Rands seja agora colocado como uma das opções para a disputa pelo PT no Recife.

Em 27 de janeiro de 2010, o Blog de Jamildo já escrevia que Rands assumia uma secretaria de Eduardo com o objetivo de ser o Plano B do PT, caso João da Costa não decolasse.

O curioso é que, naquela altura, a indicação era feita pela CNB, com aval de Humberto Costa e do próprio João da Costa.

Dois anos depois, o que mudou no cenário foi que Humberto Costa aliou-se a João Paulo e deixou João da Costa entregue à própria sorte.

Recuou do apoio a João da Costa com prazos e mais prazos, do tipo se vira.

A colocação do nome de Rands continua, assim, sendo a imposição de uma corrente, a CNB, depois de chegar a conclusão da necessidade de apresentar uma alternativa a João da Costa.

O próprio prefeito bradou nas últimas semanas que fossem colocados nomes publicamente.

O próprio prefeito disse, na semana passada, que Rands tinha legitimidade para disputar qualquer cargo em Pernambuco.

Agora, não é verdade que o nome de Rands já esteja atrelado a apoios de peso, como o do governador Eduardo Campos (PSB).

O grupo de Eduardo não é bobo.

Só pode se pronunciar oficialmente depois que o PT afirmar quem vai lhe representar.

Do contrário, ficaria no sereno, a mercê de questionamentos públicos, no contrapé.

Depois, a definição é uma questão do PT, por mais que atrapalhe a frente.

Se o PT escolher João da Costa, Eduardo apoiará, contam os socialistas, ao explicar que não há veto a nenhum pré-candidato.

Todo o processo terá que passar pelo crivo de Eduardo e Lula.

Até pelo ineditismo.

Como é que se tira um prefeito e se diz que ele não tem condições de se reeleger?

Entre os aliados, o que mais preocupa é que a rejeição, que continua alta, apesar de todos os esforços.

Até aqui, dizem, foi só agenda positiva, com festa de ano novo e Carnaval.

No entanto, já já vem a chuva, que tantos estragos já provocou no ano passado.

No fim, o que conta para que um candidato seja posto na prateleira é a análise eleitoral, não só o apoiamento político.

Ou seja, a chance de crescer, ao longo da campanha.

O maior medo é que não resista em caso de uma disputa de segundo turno, tornando-se inviável para a disputa. “João da Costa tem hoje cerca de 20%.

Digamos que 10% seja fiel a ele, mas com um outro candidato (do mesmo campo político) os outros 10% podem não acompanhar o candidato”, explica uma fonte do blog.

O curioso é que, neste momento, João Paulo não está dando trabalho a João da Costa.

Salvo dar uma tuitadas irônicas.

No entanto, para alguns aliados, até este ponto da novela João da Costa mostraria um erro de avaliação dos partidários de João da Costa.

Costa perdeu dois anos brigando com João Paulo.

Antes do veto duplo (de parte a parte), caberia ao atual gestor, ou um de seus interlocutores, ter cobrado publicamente que o ex-prefeito João Paulo explicasse à população do Recife as razões que levaram os dois a brigar.

Para outros aliados, em última instância, João da Costa precisará demonstrar compromisso com a unidade da Frente Popular.

Não pode passar para a história como o político responsável por uma derrota na capital, apenas pelo fato de insistir na candidatura por vaidade pessoal. “Se acontecer, será execrado pelo resto da vida por esta culpa”.

Como compensação, caso desista, estaria lhe sendo assegurada uma vaga certa de deputado federal.

Além disto, como consolo, ninguém poderá ser prefeito do Recife pela situação sem o apoio do prefeito.

João da Costa não poderia nem estar sem elã nem desmotivado.

Pessoalmente, eu não acredito que João da Costa desista de ser candidato, no que está certo.

Eu também respeito quem pensa o contrário.