A intitulada Caravana Democrática Popular do Recife, que reuniu militantes petistas neste sábado em Casa Amarela, em torno da reeleição de João da Costa, chamou a atenção pela pancadaria no lombo do senador Armando Monteiro Neto (PTB).
O alvo, o seu projeto de uma candidatura alternativa da Frente Popular.
O encontro reuniu mais de 500 pessoas, entre lideranças do partido, como representantes de comunidades, deputados e vereadores estiveram, para defender as pretensões de Costa.
No encontro, o discurso mais forte foi feito pelo vereador do Recife Osmar Ricardo (PT). “São muitos que querem sentar na cadeira do prefeito.
Tem gente que fica mostrando candidatura alternativa e tem mandato de senador… Fica tentando criar política na cidade, nunca foi do Recife e só olhou para a Zona da Mata.
Temos que tomar cuidado, o PT não é um partido de manobra”, criticou, numa indireta ao senador do PTB.
Qual a justificativa para o petebista entrar na alça de mira dos petistas?
Primeiro, o PT já tem a dimensão que a briga com o PTB é irreversível.
Não faria sentido o partido trabalhista brigar com a gestão João da Costa agora e depois voltar para os seus braços do petista, ainda nesta eleição.
Perderia o discurso, como se diz na área política.
Além disto, o PT sabe que o candidato dos sonhos de Armando Monteito Neto é João Paulo, hoje adversário ferrenho de João da Costa.
A terceira razão, talvez a mais pragmática, pode ser medida pelos números da segunda rodada de pesquisa do JC sobre as eleições no Recife, divulgada neste domingo.
Como as intenções de voto de João da Costa empatam como a soma dos candidatos de oposição, todos muito aquém do esperado, qualquer candidatura alternativa no seio da mesma Frente Popular dividirá o palanque de situação e prejudicará o petista.
Assim, o PTB pode ajudar a oposição a levar a disputa para o segundo turno, hipótese que não ajuda nem agrada o petista, que precisa levar a eleição no primeiro turno de todo jeito.