Veja a carta protocolada pelo prefeito Lula Cabral, nesta sexta-feira, junto à direção executiva estadual do PTB com o pedido de desfiliação do partido.
Caros amigos e amigas, Em meados do ano de 2003, quando ainda filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB, recebi fortes pressões por ter decidido, na Assembleia Legislativa, votar favoravelmente à aprovação das contas do saudoso Dr.
Miguel Arraes.
Por ter contrariado a orientação daquele partido e seguido a orientação da minha consciência, passei a ter uma convivência desconfortável e difícil naquela legenda.
Fui convidado a ingressar no Partido Trabalhista Brasileiro-PTB, aqui originário do GI, grupo político que, à época, era formado por grandes homens de condutas ilibadas, como o Dr.
Roberto Magalhães, Joaquim Francisco, Luiz Piauylino, José Chaves, Armando Monteiro Neto e o meu amigo e irmão José Múcio Monteiro.
Ingressei no PTB.
Fui muito bem recebido por todos e nesta honrada agremiação disputei eleições e conquistei dois mandatos de Prefeito do Cabo de Santo Agostinho, estando no desempenho do oitavo ano de mandato.
O PTB, nascido sob a égide do trabalhismo da Era Vargas, abriu esse espaço que me faltava.
Aos companheiros de partido e ao seu Presidente Estadual, Dr.
Armando Monteiro Neto, os meus sinceros agradecimentos.
Peço licença para aprofundar as razões da minha saída desta legenda, nas quais se encontram mais algumas raízes dessa minha opção.
Alguns amigos do próprio partido, agora, podem dizer que saio porque quis, mas as minhas razões são fortes.
Em 2010, trabalhamos fortemente para reeleger o Governador Eduardo Campos e nossos dois bravos e competentes senadores Humberto Costa e Armando Monteiro Neto.
Ocorreu, em 2011, o episódio da aprovação da emenda da reeleição da Mesa da Assembleia Legislativa, onde o Deputado Everaldo Cabral votou favoravelmente à emenda, mesmo tendo o PTB fechado questão pelo voto contrário à mesma.
O Deputado Everaldo Cabral é meu irmão.
Nas eleições conta e contará com o meu apoio.
No entanto, ele é maior de idade e tem capacidade de pensar, agir e decidir, sem influências, sobre o melhor caminho que deve seguir.
O Deputado Everaldo decidiu votar como a maioria dos Deputados da base de sustentação do Governo Eduardo Campos.
E logo passou a não ser visto com bons olhos pelos dirigentes da sua legenda, decidindo sair do PTB.
A partir deste fato, sem ser procurado pelos dirigentes do PTB, passei a ser acusado de mentor da saída do Deputado Everaldo Cabral, como se ele e eu fôssemos a mesma pessoa.
Recebi, tranquilamente, várias críticas veladas e injustas de colegas de legenda, através da imprensa.
Mesmo assim, permaneci no Partido Trabalhista Brasileiro.
Mesmo tendo, nos últimos dias, recebido um tratamento de adversário.
Infelizmente, não souberam separar.
Everaldo Cabral é uma pessoa e Lula Cabral, outra.
Além do mais, outra razão para desligar-me da legenda é uma tendência de afastamento desta da Frente Popular de Pernambuco que elegeu Eduardo, Humberto e Armando.
Partidos existem para disputar o poder político, e com o PTB não é diferente.
O Dr.
Armando Monteiro Netto possui grandes qualidades de homem público e, em outra oportunidade, poderemos marchar juntos outra vez.
Aos companheiros que ficam no PTB desejo boa sorte e felicidades.
Por fim, quero agradecer a todos que integram esta importante e respeitável agremiação partidária pelos nove anos de convivência harmoniosa.
Preferi seguir na horizontalidade de outros e novos caminhos, construídos pelos próprios caminhantes à medida que caminham.
Um forte abraço e que Deus abençoe a todos.
LULA CABRAL