Representantes da comunidade de Fleixeiras, que está sendo atingida pelas obras da Transnordestina, no município de Escada, realizaram mobilização nesta manhã na Prefeitura do Município.
O motivo da mobilização foi pressionar o prefeito de Escada, Jandelson Golveia, a agilizar o processo de reassentamento das mais de 100 famílias da comunidade impactadas pelas obras da ferrovia.
De acordo com a decisão do juiz Hélio Sílvio Ourém Campos, da 6ª Vara da Justiça Federal do Estado, em 8 de fevereiro, a prefeitura teria um prazo de 60 dias para realocar as famílias atingidas.
Entretanto, “falta apenas um mês para o prazo acabar e não vimos até o momento a prefeitura tomar nenhuma medida para solucionar o conflito entre a comunidade e a Transnordestina”, ressaltou uma das moradoras presentes na mobilização.
As 100 famílias que vivem na linha Férrea de Freixeiras enfrentam desde o ano passado o conflito envolvendo a Transnordestina Logísita S/A, que moveu uma ação de reintegração de posse contra os moradores.
O juíz federal da 6ª vara, Dr.
Helio Silvio Ourem Campos, concedeu liminar à Empresa no início de setembro de 2011, determinando a reintegração de posse e autorizando a demolição das casas, dando um prazo de até o fim de setembro para que as famílias saíssem da área.
Só a partir de muitas mobilizações, a comunidade conseguiu que reintegração de posse fosse adiada.
Após idas e vindas na Justiça, ficou determinado que a Prefeitura do município de Escada se responsabilizasse por realocar as famílias atingidas, até o próximo dia 8 de abril.
Sem ver nenhuma ação concreta, as famílias decidiram mais uma vez ir às ruas para pressionar a prefeitura para garantir o Direito Humano à moradia a toda a comunidade.
Transnordestina – A Transnordestina, ferrovia de 1.728 quilômetros, vai ligar os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI).
O megaprojeto, que cortará todo o Estado de Pernambuco de leste à oeste, com orçamento inicial de aproximadamente R$ 5,4 bilhões, sendo o Ministério da Integração Nacional responsável pelo financiamento de cerca de 70% da obra.
A Ferrovia servirá para potencializar o avanço dos transportes de minérios, produtos do agronegócio e outras matérias-primas para exportação.
Por onde passa, a Transnordestina tem comprovado que é uma obra de grandes proporções: tem deixado os rastros de destruição ambiental, famílias despejadas e comunidades inteiras destruídas em nome do “progresso”.
As 100 famílias que vivem nas margens da linha Férrea de Freixeiras somam-se a outras centenas de comunidades que já foram ou que serão atingidas pela obra e que são ignoradas pelo Governo e pelo Ministério da Integração Nacional.