Por Edilson Silva Há poucos dias o nome IMIP esteve mais uma vez associado a uma notícia negativa.

Não se tratou da relação anti-republicana de um ente privado que assume a gestão pública exatamente na área em que desenvolve seus negócios privados.

Tão pouco se tratou de casos de quimioterapia em pacientes já mortos e enterrados, como descobriu o Tribunal de Contas da União.

A notícia agora é a suposta agressão física de um alto funcionário do IMIP contra dirigentes sindicais da área médica, como revelaram vários veículos de comunicação.

Os que estão denunciando a agressão, com riqueza de detalhes, não são dois irresponsáveis perdidos no meio da cidade.

Antônio Jordão é médico e sindicalista dos mais destacados da categoria, inclusive em nível nacional, pois é também membro da direção nacional da Federação Nacional dos Médicos.

Renê Patriota, também médica, é ativista das mais sérias e corajosas na luta em defesa do SUS.

Ambos são lutadores inquestionáveis da causa da saúde e exatamente por isso ganharam a antipatia daqueles que privatizam desavergonhadamente a saúde pública em nosso estado.

A direção do IMIP tem todos os motivos para desgostar da presença de Jordão e Renê nas dependências da sua “empresa”, pois estes denunciam sem meias palavras os desmandos que passam pela fundação que controla o IMIP.

Contudo, a direção do IMIP não tem o menor direito de sequer constranger a presença destes nas dependências daquela unidade, que dirá agredi-los, seja com palavras, seja fisicamente.

Jordão e Renê estavam ali desempenhando suas funções institucionais de sindicalistas organizando sua categoria.

A postura da direção do IMIP neste caso revela bem em que ponto chegamos na relação do poder público com o setor privado e a relação destes com a sociedade civil em seus direitos sociais, trabalhistas, civis de uma forma em geral, no Estado de Pernambuco.

Aqui se exige que os movimentos sociais submetam-se docilmente ao receituário da pelegagem oficial.

O governo abre as portas para a repressão na educação, no interior da PM – onde sobram processos internos contra lideranças da categoria -, e agora acontece este episódio no IMIP.

A agressão e o constrangimento a que foram submetidos Jordão e Renê não atingiu somente a ambos.

Foi uma agressão aos movimentos sociais, ao movimento sindical combativo, à sociedade civil que clama por saúde pública digna, por isso merecem de toda a sociedade o mais veemente apoio e solidariedade.

Presidente do PSOL-PE