Para unir forças, neste 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, movimentos de mulheres do Recife realizarão hoje ato unificado, a partir das 15h, na Praça da Independência, Centro do Recife.
O ato será por liberdade e autonomia.
Entre as organizações do movimento de mulheres, é consenso a necessidade de enfrentar os ataques à dignidade feminina e marcar a manifestação com diversas expressões feministas pela liberdade e autonomia das mulheres.
Cerca de 200 mulheres irão se unir contra: o controle do corpo pelo Estado e a violação masculina por meio da violência sexual; contra a mercantilização e exploração do corpo das mulheres pela medicina estética, pela pornografia, pela propaganda, e contra a mercantilização da maternidade. “Com faixas, cartazes, panfletos, dizeres e músicas, as feministas irão demonstrar combatividade e disposição para luta”, prometem.
A Tribuna das Mulheres, um espaço destinado à apresentação de reivindicações de seus direitos, é um dos momentos mais aguardados dentro da programação do ato unificado.
Além da Tribuna, haverá uma instalação de mulheres com corpos pintados, tratando do significado da autonomia e a luta pela liberdade, que está sendo organizada pelo Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás, em conjunto com as integrantes do Fórum de Mulheres de Pernambuco. “Nos primeiros meses de 2012, as mulheres têm vivido fortes ataques à dignidade.
No programa Big Brother Brasil (BBB), da TV Globo, assistimos a estupro.
Do Ministério da Saúde recebemos a Medida Provisória 557 que propõe a criação de cadastro obrigatório para vigilância das gestantes.
Na Paraíba, houve caso de estupro coletivo.
No plano do Judiciário, a revisão do Código Penal, no capítulo de Crimes contra a Vida, será uma das mais polêmicas por conta da questão do aborto.
Na propaganda, o CONAR reconheceu que há abusos por parte de empresas, por meio da exploração mercantil do corpo e da sexualidade feminina.
Em comum, estes fatos têm a desqualificação das mulheres, tratadas como irresponsáveis, inconsequentes ou incapazes de decidir sobre a própria vida.
Além disso, é notório o crescimento do controle do Estado sobre o corpo das mulheres, na tentativa de se implantar a maternidade forçada às mulheres que decidem abortar uma gravidez indesejada”, pontuam. “Por tudo isso, neste 8 de Março, mulheres de vários movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores/as, o FMPE, a Liga Brasileira de Lésbicas, o Fórum de Reforma Urbana, o CRESS-PE, estudantes e professoras universitárias irão a público reafirmar “nossos corpos nos pertencem!”.