Do Estadão.com O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) avaliou na manhã desta terça-feira, 6, como natural uma aliança de seu partido com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na sucessão à Prefeitura de São Paulo.

Após palestra, realizada em São Paulo, FHC disse que torce por um apoio do PSB aos tucanos. “Tomara que consiga”, afirmou.

No Estado de São Paulo, o PSB integra o governo Geraldo Alckmin, e no âmbito federal, compõe a base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT).

Na segunda-feira, 5, Eduardo Campos, que também é presidente nacional do PSB, disse que não decidirá nada a esse respeito antes de junho.

O ex-presidente tucano rebateu também artigo publicado pela revista britânica The Economist, segundo a qual a pré-candidatura tardia do ex-governador José Serra é um sinal do fracasso do PSDB em renovar os seus quadros.

A mesma opinião foi manifestada na semana passada pelo cientista político e professor do Insper Carlos Melo. “O PSDB vai bem, tem crescido, tem chances de ganhar em muitos lugares.

O resto é especulação sem base”, acrescentou FHC.

Fernando Henrique não quis comentar sobre sua recente entrevista à The Economist, em que avaliou que o nome do senador Aécio Neves é natural para a disputa da sucessão da presidente Dilma Rousseff, nas eleições gerais de 2014. “Hoje não vou falar nada sobre essas questões, só quero falar sobre assuntos internacionais.” O ex-presidente tucano disse, ainda, que neste cenário de crise, tanto governos de direita quanto de esquerda têm sido alijados do poder local.

E fez uma brincadeira com o PSD, partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab: “Até mesmo o (partido) do Kassab, que não é de direita ou de esquerda, cairia também.” FHC participou de palestra sobre a crise econômica europeia, promovida pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Na palestra, o ex-presidente avaliou que a União Europeia passa por um processo de socialização das perdas, num cenário de situação fiscal considerado desesperador.

Segundo ele, o primeiro esboço de unificação europeia teve motivação política e embora se critique a falta de uma unidade fiscal no bloco europeu, havia um arcabouço econômico que não foi respeitado por alguns países que integram a União Europeia.