Deu no Globo.com HANNOVER - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que o Brasil vai tomar “todas as medidas” para proteger o real dos efeitos da enxurrada de capital provocada pela política expansionista dos países ricos, em particular da Europa e dos Estados Unidos, se eles insistirem neste caminho.

Mas descartou a hipótese de adotar quarentena, isto é, o instrumento que exige a permanência mínima de capital no país: -Quarentena é você que quer fazer…não estou defendendo quarentena, meu querido, isso é uma temeridade – reagiu, quando um jornalista perguntou sobre o instrumento. -A senhora descarta ? – insistiu o jornalista. - Tem dó ! – reagiu a presidente.

Dilma, que iniciou nesta segunda uma visita de dois dias à Alemanha – o país que hoje dita as regras na Europa – disse que vai insistir na queixa nos seus encontros com a chanceler alemã Angela Merkel. - Todo mundo vai tratar de tsunami (monetário) no mundo…eu, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o BIS, que é o Banco de Compensações Internacionais, que mostra que é impossível com US$ 8,8 trilhões e – no caso específico da União Europeia, com US$ 1 trilhão, o que acontece ?

Acontece que a política monetária expansionista destes países produz um efeito extremamente nocivo, porque desvaloriza de forma artificial as moedas.

A expansão monetárias nos países ricos, disse a presidente, “equivale a uma barreira tarifária”.

E provoca dois efeitos : torna os produtos dos países ricos mais competitivos artificialmente, e cria bolha de ativos.

A presidente frisou que os próprios organismos internacionais reconhecem que isso.

Segundo ela, os ricos não resolvem seus problemas com isso : só ganham tempo.

Dilma critica assessor especial da presidência A presidente desautorizou seu assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a falar sobre juros.

Ela reagiu duro à declaração de Garcia logo depois de a comitiva presidencial desembarcar na Alemanha, de que haverá redução das taxas de juros.

No domingo, Garcia, disse os juros vão cair na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de março. -Quem fala sobre juros no meu governo é o Banco Central, Alexandre Tombini.

Nem eu nem ninguém tem autorização para falar sobre juros.

Barra de ferro caiu no pé da presidente A presidente Dilma Rousseff sofreu um pequeno acidente.

Quando dava entrevista aos jornalistas, na entrada do hotel Kasten Hotel Luisenhoff, em Hannover, uma barra de ferro utilizada pela presidência para separar os repórteres da chefe de estado caiu no seu pé esquerdo.

Dilma, que falava sobre guerra cambial, segurou no braço de uma jornalista, reagindo com dor : -Ai, coitada ! – reagiu a jornalista.

Imediatamente, a presidente se recompôs : - Já passou, não tem problema !

E continuou a frase que havia interrompido sobre os efeitos negativos da expansão monetária nos países ricos: -….Mas tem outro problema sério: se cria uma massa monetária que não vai para a economia real…