Na Folha.com O prefeito Gilberto Kassab (PSD) confirmou nesta sexta-feira (2) a conversa com o presidente do PT, Rui Falcão, em que disse que José Serra (PSDB) preferiria a reeleição de Dilma Rousseff a apoiar uma eventual candidatura do também tucano Aécio Neves à Presidência em 2014. “Eu falei em meu nome.

Eu disse, em algum momento do ano passado, que eu achava que existia um risco se o Serra fosse prefeito, diante da tensão que existia, de até não apoiar [AÉCIO NEVES].

Isso eu falei mesmo, é verdade”, afirmou o prefeito.

Kassab fez a abertura do primeiro debate organizado pela fundação Espaço Democrático, do PSD, com o tema “Privatização, Concessão e PPP’s”.

Em entrevista ao jornalista da Folha Fernando Rodrigues, Falcão revelou que Kassab teria afirmado que “para a [PRESIDENTE]Dilma, a melhor coisa que poderia acontecer é o Serra prefeito de São Paulo”.

Na análise de Kassab, Serra ficaria fora da disputa pelo Palácio do Planalto e, ao mesmo tempo, não apoiaria Aécio.

O prefeito evitou repetir a mesma avaliação hoje, num momento em que se alia a Serra para enfrentar o PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo: “Naquele momento eu tinha esse pensamento.

Hoje as circunstâncias são outras e eu não parei pra avaliar”.

Kassab enfatizou que essa era a sua avaliação e que nunca conversou com Serra sobre o assunto.

O prefeito fez questão de não transparecer ressentimento diante da inconfidência do ex-possível aliado. “Imagina, nossas relações são as melhores possíveis”, disse. “Eu tive essa conversa no ano passado com o presidente e querido amigo Rui Falcão.

Eu não pedi segredo.” Entre tucanos próximos a Serra, a revelação soou incômoda: “O Rui Falcão está querendo criar cizânia no nosso partido”, disse o senador Aloizio Nunes. “Cada macaco no seu galho.

Ele que cuide do PT e nós do PSDB”.

PANOS QUENTES Gilberto Kassab evitou também polemizar com correligionários, como a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” afirmou descontentamento do alinhamento do partido com o PSDB.

No seu Estado, o grupo da senadora e tucanos estão em lados opostos.

Kassab disse que o PSD é um partido novo, com diferentes vertentes e, por isso, é difícil a unanimidade.

Mas indicou que seu apoio a Serra não tem nada a ver com partidos e se trata de um apoio pessoal. “Essa é a razão de afirmarmos que a aliança com o PSDB em São Paulo ocorreria desde que fosse o Serra candidato. É uma peculiaridade: a gestão aqui em São Paulo é conhecida como Serra-Kassab.

Não faria nenhum sentido, sendo o Serra candidato, nós não o apoiarmos”, afirmou.

O prefeito disse ainda que mantém conversas com dirigentes do PV e do PSB para ingressarem na chapa de Serra e que tem nomes, do PSD, a indicar para uma possível posição de vice de Serra. “O PSDB já sabe que o Serra candidato contará conosco.

Nosso apoio é incondicionalº, reafirmou. ªNo momento certo, sob a coordenação do Serra, a questão do vice será discutida.” Kassab elencou vice-prefeita Alba Marco Antônio, o presidente da UGT, Ricardo Patah, o secretário Alexandre Schneider e “se tivermos uma aliança com o PV, o Eduardo Jorge”, disse.